| 30/04/2006 15h02min
Um juiz boliviano ordenou derrubar as instalações da siderúrgica brasileira EBX, para que a promotoria investigue as denúncias apresentadas pelo governo de que a empresa infringiu a lei, informou hoje a imprensa local.
A ordem do juiz Sergio Cardona, do departamento oriental de Santa Cruz, ainda não foi cumprida porque os habitantes das cidades de Puerto Suárez e Puerto Quijarro, fronteiriças com o Brasil, mobilizaram-se para evitar a ação judicial, pois querem que a empresa continue no local e gere postos de trabalho.
Os habitantes do lugar fizeram ontem uma manifestação de apoio à companhia, e "ocuparam pacificamente" as áreas divisórias à empresa para fazer uma "vigília" e protegê-la, disse o presidente do Comitê Cívico de Puerto Suárez, Edil Gericke.
Segundo o jornal El Deber, de Santa Cruz, o promotor Alberto Cornejo disse que os principais executivos da companhia serão notificados na próxima semana para depor nos escritórios da Promotoria de Distrito de Santa Cruz. Além disso, acrescentou que os promotores pretendem viajar para essa cidade na terça, porque ir antes "seria muito arriscado", devido às medidas de força exercidas pelos habitantes dessa zona fronteiriça.
O governo acusou a EBX de ter violado a Constituição por ter se instalado a menos de 50 quilômetros da fronteira e por ter construído fornos destinados à produção de ferro fundido usando carvão vegetal sem a obtenção de uma licença ambiental para isso.
As unidades militares situadas na região estão em emergência, mas não está prevista uma militarização do povo, esclareceu ontem o vice-presidente, Alvaro García Linera. Os militares estão protegendo instalações petrolíferas adjacentes, para evitar que os protestos atentem contra a exportação de gás natural para o Brasil.
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