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 | 02/05/2006 11h53min

Lula discute saída para crise com Bolívia

Governo ainda não tomou nenhuma atitude

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido com um grupo de coordenação política para discutir medidas que amenizem o impacto da nacionalização dos hidrocarbonetos anunciada pelo presidente boliviano, Evo Morales.

Os principais auxiliares do presidente Lula no encaminhamento da crise são o Ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Dilma e Gabrielli anteciparam suas voltas dos Estados Unidos para participar da reunião de coordenação com Lula. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que também estava no Exterior, antecipou sua volta, mas não participa da reunião.

Por enquanto, o Brasil ainda não tomou nenhuma atitude, tanto no campo diplomático, como na esfera jurídica. O governo, no entanto, está mobilizado para garantir os investimentos da Petrobras no país.

Os diplomatas do Itamaraty passaram a segunda avaliando a decisão boliviana e procurando alternativas. Hoje o presidente Lula deve receber um relato completo sobre as possibilidades de ação neste momento.

A Petrobras já investiu US$ 1,5 bilhão nos empreendimentos na Bolívia e pode perder mais ainda em decorrência da estatização. O presidente da companhia, Sergio Gabrielli, disse que a Petrobras vai analisar todas as as atitudes cabíveis para evitar prejuízos à empresa e aos consumidores. Segundo ele, as condições apresentadas pela Bolívia tornam "praticamente impraticáveis a operação de gás na Bolívia".

Gabrielli afirmou também que a Petrobras tomará todas as medidas possíveis para garantir o fornecimento de combustíveis e esclarecer com Evo Morales o que dizem exatamente uma série de decretos que, ao ver da Petrobras, não são operacionais.

Segundo a decisão anunciada ontem por Morales, as empresas estrangeiras que operam na Bolívia deverão entregar toda sua produção à Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e regularizar em menos de 180 dias seus atuais contratos. As principais empresas petrolíferas que operam na Bolívia são a brasileira Petrobras, a espanhola Repsol YPF, as britânicas British Gas e British Petroleum e a francesa Total.

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