| 03/05/2006 00h53min
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, apoiou nesta terça-feira a decisão da Bolívia de nacionalizar o setor de hidrocarbonetos e pediu confiança e tranqüilidade aos governos e empresas que exploram gás e petróleo bolivianos. Chávez também confirmou que na próxima quinta-feira se reunirá em Foz do Iguaçu com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Argentina, Néstor Kirchner, e da Bolívia, Evo Morales, "para buscar fórmulas de integração energética na América do Sul". Em Buenos Aires, porém, a informação oficial é de que o encontro será na cidade argentina de Puerto Iguazú.
– Apoiamos a ação do governo da Bolívia, que está recuperando primeiro a propriedade e depois a gestão dos hidrocarbonetos e a sua soberania –declarou Chávez, num ato oficial de entrega de bolsas de estudos universitárias.
O governante esclareceu que a reunião de presidentes "não será para discutir a nacionalização do gás boliviano, que já é fato consumado, uma decisão soberana da Bolívia".
– Vamos buscar fórmulas de integração energética na América do Sul, e sobretudo, tentar evitar que tantas notícias alarmistas na imprensa mundial cumpram seu objetivo – acrescentou.
Chávez revelou que falou por telefone hoje com o chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.
– Disse a ele que não há por que se preocupar. O presidente Morales é um homem de diálogo. Tudo vai terminar bem para a Bolívia e para todos os envolvidos – acrescentou.
Ele explicou que o próprio Morales garantiu que o decreto prevê a "recuperação da propriedade dos jazidas e dos campos, mas não a desapropriação de nenhuma empresa", e que o governo boliviano "quer que todas as transnacionais sejam parceiras do Estado".
Chávez admitiu que a decisão gerou preocupação em algumas partes do mundo, mas criticou "alguns setores por fazer alarde à toa". Uma acusação em especial foi de que a imprensa americana promoveria a tese "falsa" de que ele mandou Morales nacionalizar os hidrocarbonetos.
– Há uma manipulação. Tentam reforçar a idéia de que Evo Morales faz o que eu mando. Não! Evo Morales é presidente de um país soberano e livre. Somos companheiros, socialistas e dialogamos, trocamos opiniões, o que é outra coisa – afirmou Chávez.
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