| 03/05/2006 23h09min
Para a segunda e decisiva partida das oitavas-de-final da Copa Libertadores, o Corinthians decidiu abandonar seu disfarce argentino e assumiu de vez a pose de time técnico, habilidoso e tipicamente brasileiro. Se na partida de ida o sangue argentino de Tevez e Mascherano foram apresentados como a alma do alvinegro no Monumental de Nuñez, tudo será diferente às 21h45min desta quinta, no Pacaembu. Uma vitória simples classifica a equipe de Ademar Braga, que perdeu a primeira partida por 3 a 2.
Em vez de garra e experiência, a imagem vendida pelos corintianos nos últimos dias é a de um time perseguido pela arbitragem e invejado pelo alto investimento realizado pelo parceiro, o grupo MSI. Até a grama do Pacaembu recebeu atenção especial e foi cortada mais baixa para que a futebol-técnico do Corinthians tenha melhores condições para vencer o futebol-força do River Plate.
O volante Mascherano, expulso na partida em Buenos Aires, está suspenso e dá lugar a Xavier. O argentino, chamado de Chefinho nos tempos em que defendia o River, caiu na catimba dos argentinos tão facilmente que até pareceu um brasileiro.
– Falamos todo dia com os jogadores sobre este assunto, mas dentro do campo as coisas são diferentes. Por ironia do destino, o corintiano expulso em Buenos Aires foi exatamente um argentino. Não adianta planejar demais. Na prática, sempre acontecem fatos novos – admitiu Ademar Braga.
Com a grama do Pacaembu bem aparada e o apoio da torcida, o técnico espera que seu meio-campo volte a funcionar. Ricardinho, Carlos Alberto e Nilmar precisam mostrar criatividade digna do futebol pentacampeão do mundo. Afinal, um time considerado galáctico precisa ter mais opções de jogadas do que o recorrente chutão para a ponta esquerda em busca de Tevez.
– O antídoto contra o River é jogar futebol. Nós vamos entrar em campo com esta intenção. Caberá à arbitragem ser enérgica. Se houver catimba e deslealdade estaremos na mão do trio escolhido pela Conmebol – afirmou Braga.
O árbitro Carlos Chandía, do Chile, foi designado para comandar a partida. O nome não agradou inteiramente a cúpula corintiana. Afinal, ele já trabalhou este ano na derrota do Timão diante do Tigres, no México.
– Naquele jogo, o Marcelo Mattos foi expulso corretamente. Mesmo assim, ele é um árbitro que deixa o jogo correr. Não é bem o que eu gostaria de ver no Pacaembu. Preferia alguém mais enérgico. Mesmo assim, acho que ele vai apitar bem e vamos ganhar o jogo – completou Braga.
Do outro lado, o técnico Daniel Passarella está mais confiante depois de vencer o Corinthians na Argentina. Ele tem usado as declarações de Carlos Alberto para motivar o elenco. O meia brasileiro disse na última segunda que achava o Timão muito superior ao River Plate.
– É melhor que achem que estamos mortos – disse o treinador argentino, que precisa apenas de um empate para ficar com a vaga.
O ex-técnico do Corinthians tem dois problemas para escalar sua: o zagueiro paraguaio Julio César Cáceres e o atacante Ernesto Farías. Com dores musculares, os dois fazem tratamento intensivo e estão entre os 20 jogadores relacionados por Passarella. A tendência é que ambos joguem no sacrifício.
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