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 | 04/05/2006 12h03min

Chávez diz que direita latino-americana está desesperada

Presidente venezuelano rebate acusações de ingerência

O presidente afirmou que os governos de direita são os culpados pela miséria dos povos latino-americanos e por terem entregado às multinacionais as reservas de gás e petróleo, a mineração e a água.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje em La Paz que a direita latino-americana o acusa de ingerência na América Central, Peru e Bolívia porque "está desesperada" e "em retirada".

Chávez fez tal declaração antes de viajar com seu colega da Bolívia, Evo Morales, à cidade argentina de Puerto Iguazú, onde os dois se reunirão com os presidentes Néstor Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva, para analisar a situação energética da América do Sul após a nacionalização dos hidrocarbonetos, decretada na segunda pelo governante boliviano.

Chávez e Morales partiram juntos do aeroporto militar de El Alto, cidade próxima a La Paz, no avião presidencial venezuelano.

– Que ingerência vai haver? A direita no continente anda me acusando porque está em retirada; vem uma cavalaria e é pela esquerda. Acusam-me na América Central, no Peru e aqui também. Que ingerência, que nada – exclamou o presidente venezuelano, que atribuiu as acusações ao "desespero da direita".

Chávez respondeu assim a perguntas sobre se teve alguma influência na decisão de Morales de nacionalizar o gás e o petróleo. O presidente afirmou que os governos de direita são os culpados pela miséria dos povos latino-americanos e por terem entregado às multinacionais as reservas de gás e petróleo, a mineração e a água.

O presidente venezuelano propôs um debate entre os líderes de esquerda e de direita do continente, do México à Argentina, "em um grande palco, transmitido por todos os canais de televisão destas terras".

– Que eles retirem seu projeto, o Consenso de Washington, que acabou com estes países, e nós implementaremos o projeto de Bolívar de integração para complementar-nos, para lutar contra o analfabetismo, as doenças, a mortalidade, a indigência – acrescentou.

– É uma grande confrontação histórica a que ressuscitou nestas terras, que já tem 200 anos – disse o presidente lembrando as lutas pela independência do continente em guerras contra a Espanha.

AGÊNCIA EFE
 
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