| 04/05/2006 23h39min
O sonho do Corinthians em conquistar a Copa Libertadores acabou se transformando em pesadelo na noite desta quinta. Dentro de campo, o time paulista foi derrotado por 3 a 1 pelo River Plate. Fora dele, a torcida corintiana deu um espetáculo de selvageria ao tentar invadir o gramado do Estádio do Pacaembu e obrigar o árbitro a interromper a partida aos 39 minutos do segundo tempo.
O Corinthians, que precisava apenas de uma vitória simples para avançar às quartas-de-final, acabou perdendo por 3 a 1 e teve que se esconder nos vestiários depois que o árbitro Carlos Chandía decidiu encerrar o jogo por falta de condições de segurança. A revolta da Fiel foi enorme e a Polícia Militar teve de agir com agressividade e bombas de efeito moral para conter a massa.
A partida estava paralisada desde os 36 minutos, quando Higuain fez seu segundo gol, o terceiro do time argentino. O mesmo Higuain havia virado a partida em favor do River 10 minutos antes. Nilmar, de cabeça, havia aberto o placar aos 38 minutos do primeiro tempo, mas Coelho, contra, deixara tudo igual logo aos 11 do segundo.
O jogo começou de forma inusitada. Depois de diversas reclamações sobre arbitragem e a viagem de Kia Joorabchian até o Paraguai em busca de um apito mais justo, o árbitro chileno Carlos Chandía sentiu uma contusão logo a dois minutos de jogo.
Atendido rapidamente fora de campo, ele conseguiu trabalhar normalmente. O River povoou bem o meio-campo e deu trabalho ao Timão. Individualmente, o Corinthians fazia boas jogadas. Carlos Alberto sofreu falta de Dominguez e bateu boca com o adversário.
Aos 12 minutos, Coelho bateu falta rapidamente lançando Nilmar em velocidade. O camisa 9 fez um bonito gol, mas o árbitro anulou a jogada, alegando falta do corintiano no zagueiro argentino.
Apesar do domínio brasileiro, o River Plate chegava com perigo em algumas jogadas. O time argentino levava perigo principalmente nos contra-ataques e nas jogadas aéreas. Em alguns momentos, Gallardo infernizou a defesa corintiana.
Aos 38 minutos, no entanto, em cobrança de falta de Ricardinho, Nilmar desviou de cabeça e fez o Pacaembu explodir. O gol pôs fim a um jejum de três jogos do camisa 9, que voltava definitivamente à briga pela artilharia da Copa Libertadores.
Nas tribunas, o volante argentino Javier Mascherano, expulso no jogo de Buenos Aires, quebrou a promessa de não comemorar gols corintianos contra seu ex-clube. Ele pulou e puxou sua própria camisa para comemorar, vibrando com a torcida corintiana.
O segundo tempo começou com confusão e bate-boca entre os dois times. O Corinthians jogava bem e tocava a bola, sendo surpreendido apenas esporadicamente pelo River. Até que aos 11 minutos, Gallardo cruzou para a área e Coelho acabou fazendo gol contra, colocando o drama novamente em campo.
Ademar Braga decidiu ir ao ataque definitivamente e tirou Xavier para escalar Roger. A alteração desguarneceu a marcação no meio-campo cotintiano, que já não era boa desde o primeiro tempo. Gallardo, sempre ele, soube se aproveitar dos espaços livres aos 26 minutos, quando tocou para Higuain virar a partida.
Melhor corintiano em campo, Carlos Alberto deu lugar a Rafael Moura. Coelho também foi sacado para dar lugar a Eduardo Ratinho. A idéia de Braga era tentar achar os dois gols que precisava, na base dos cruzamentos na área. O que se viu, no entanto, foi Higuain fazer o terceiro gol do River aos 36 minutos, o suficiente para a torcida corintiana explodir de raiva e protagonizar um espetáculo deprimente.
Confira os cruzamentos das quartas-de-final da Libertadores.
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