O técnico Emerson Leão costumava ficar irritado quando a preparação física do Palmeiras, entregue ao seu sobrinho, Fernando Leão, era colocada em julgamento pela crônica esportiva principalmente depois das derrotas da equipe.

Poucas semanas depois do técnico e seu pupilo deixarem o Parque Antártica, uma declaração de Paulo Zogaib, fisiologista do Verdão, acabou provando que as críticas ao trabalho do ex-preparador físico alviverde não eram infundadas.

– Já vi coisas piores no mundo esportivo, mas confesso que fiquei assustado com a média geral do grupo. A média dos atletas que vinham jogando estava, realmente, muito ruim, tanto que eu aconselhei que fosse dado um descanso a alguns deles – declarou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

Zogaib esclareceu que a má forma física do elenco não pode ser creditada à média de idade elevada de alguns jogadores, e que a avaliação também não pode cravar que o elenco esteja fora de forma. Para o fisiologista, a explicação é outra:

– Eles estão com a forma errada. O grupo tem condições de jogar duas ou três partidas seguidas, só que irão sentir falta dos trabalhos específicos, como combate, velocidade, corpo a corpo. Muitos jogadores têm sentido isso, não só os mais experientes.

Evitando datar o início da decadência física dos jogadores do Verdão, Paulo Zogaib culpou a falta de um profissional no departamento de fisiologia como grande responsável pela queda de rendimento da equipe dentro das quatro linhas.

– Quando não há tempo para trabalhar, é isso que acontece. Mantém a condição básica, ,mas não a específica. Ocorreu um erro durante o campeonato, pois o Palmeiras ficou sem controle desses dados desde que o fisiologista foi afastado (pelo ex-técnico Leão). A deficiência física leva à deficiência técnica – revelou.

Zogaib louvou a atitude do técnico Marcelo Vilar ao poupar jogadores contra o São Caetano afirmando que o treinador pensou no bem-estar do grupo, e avisou que espera um rendimento melhor de seu elenco já contra o Cruzeiro. Disse ainda que prepara um plano de recondicionamento para o grupo na parada que o Brasileirão fará durante o período da Copa do Mundo.

– Ele estava ameaçado de perder o emprego e mesmo assim seguiu nossa recomendação. No domingo, já poderá ser sentida uma diferença razoável no grupo, mas é na parada do campeonato que iremos realizar novos testes e individualizar os trabalhos em cima do resultado deles – finalizou.

GAZETA PRESS