| 11/05/2006 18h16min
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o governo brasileiro lamenta e estranha as declarações do presidente boliviano, Evo Morales, de que a Petrobras agiu fora da legalidade na Bolívia. Amorim afirmou que a lamentação e o estranhamento podem se transformar em indignação caso a Bolívia sustente a acusação de que a Petrobras até mesmo cometeu crimes como contrabando.
– Prefiro crer que ele não estivesse se referindo a Petrobras. Mas, evidentemente, se por acaso essa afirmação se referir à Petrobras, ela não tem nenhum fundamento – disse.
Questionado se a reação do governo brasileiro não estaria sendo excessivamente moderada, dado o teor pouco usual das declarações de Morales, Amorim respondeu que não há interesse em parecer belicoso, nem em parecer extremamente moderado.
Segundo o ministro brasileiro, as declarações de Morales contrastam com os documentos que vem sendo assinados entre os dois países no sentido de procurar resolver o problema: a declaração de Puerto Iguazú, resultado de encontro presidencial ocorrido semana passada, e o comunicado conjunto dos ministros de Energia, divulgado ontem. Segundo Amorim, esses documentos dão bom encaminhamento à questão e foram estabelecidos em clima positivo.
– Se as declarações públicas aparentam ter um sentido diverso daquilo que está consignado nos documentos, isso pode ter o efeito de pôr em dúvida o que foi colocado nesses documentos – afirmou.
Amorim também reiterou que o governo agira com moderação, mas fará tudo para defender os interesses brasileiros legítimos nessa disputa e que o governo tem noção de que a população trata a Petrobras quase com o mesmo orgulho como o que tem pela seleção brasileira de futebol. O ministro disse que há mecanismos legais aos quais se pode recorrer.
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