| 14/05/2006 23h09min
A onda de ataques deflagrada por criminosos contra as forças de segurança paulistas deixou 61 mortos – 35 policiais – e dezenas de feridos até o final da noite deste domingo, dia 14. A violência teve início na sexta-feira, quando integrantes de facções criminosas se rebelaram em diversas cadeias do Estado após a transferência de líderes do crime organizado para uma prisão do interior de São Paulo.
Usando telefones celulares a partir da cadeia presos do Primeiro Comando da Capital deram ordem de ataque a delegacias, viaturas, bases da polícia e até mesmo policiais à paisana, num total de mais de cem ações de agressão e vandalismo. Neste domingo 21 ônibus foram incendiados, mas não houve registro de feridos.
De acordo com o comando da segurança pública de São Paulo, as ações tiveram início depois que 765 presos – dentre os quais estavam oito líderes do PCC – foram encaminhados para a penitenciária de Presidente Venceslau, a 620 km de São Paulo-Capital. Um dos líderes deslocado é Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o principal chefe do grupo.
Até as 23 horas de domingo ainda eram contabilizadas 46 rebeliões em andamento em presídios e centros de detenção provisória (CDPs) no Estado de São Paulo, onde presos mantinham centenas de reféns, principalmente agentes penitenciários. O número de motins chegou a 67 durante o dia.
Bloqueios da polícia foram montados em diversos pontos da Capital em busca de suspeitos de participação nas ações. Oitenta e duas pessoas foram presas, e com elas foram apreendidas 97 armas.
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), afirmou que São Paulo "não vai se dobrar ao crime organizado", e dispensou a ajuda da Polícia Federal oferecida pelo governo federal. O Ministério da Justiça, que havia oferecido apoio da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas no sábado, reiterou a oferta neste domingo.
Influenciados pelo clima em São Paulo presos do PCC em Mato Grosso do Sul e Paraná também deram início a rebeliões.
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