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Dando início a um encontro histórico, mais de 1,5 mil delegados se reuniram nesta terça-feira, dia 11, em Cabul para instalar a Loya Jirga, a tradicional assembléia afegã que vai escolher o futuro governo de transição do país. Na cerimônia de abertura, teve um pouco de tudo.
À emoção do primeiro encontro do gênero em 40 anos no país, somou-se uma tempestade de areia, divergências devido às fortes divisões de poder e até mesmo uma gafe do atual presidente interino, Hamid Karzai.
Logo depois de ter tomado a palavra, Karzai anunciou ter sido escolhido para a presidência do país, causando desconforto entre os delegados presentes. A Loya Jirga só termina na próxima semana e, somente no final, o nome do novo líder será anunciado. Mais tarde, um porta-voz do líder afegão explicou a confusão.
– Ele achou que os aplausos da platéia significavam votos para ele, até se dar conta de que cometera um erro – disse.
Apesar de marcar um avanço para o país, assolado por guerras há 23 anos, a histórica reunião abriu com um clima tenso. Os problemas políticos da nação se tornaram evidentes, principalmente as divisões entre os que apóiam o ex-rei Mohammad Zahir Shah, visto por muitos como o "pai" do Afeganistão, e aqueles que preferem a administração interina de Karzai. Foram estas divergências que adiaram por um dia o início da assembléia.
Apesar de os cerca de 2 mil delegados ainda terem mais seis dias para deliberações, é quase certo que o atual presidente interino do país terá seu nome confirmado. Nesta terça-feira, o ministro do Interior afegão, Yunis Qanuni, apresentou sua renúncia como candidato a líder do governo, assim como o ex-presidente afegão Burhanuddin Rabbani, o que foi interpretado como a remoção dos últimos obstáculos para a permanência de Karzai no poder.
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