Um dos homens mais procurados do mundo, o líder da milícia Talibã, mulá Mohamed Omar, está vivo, afirmou nesta segunda-feira, dia 3, o ministro do Interior do governo interino do Afeganistão, Yunis Qanuni.

– Mulá Omar ainda vive. Ele está fora do Afeganistão a maior parte do tempo – disse o ministro a repórteres.

Esta é a primeira vez que um ministro afegão confirmou que o mulá Omar, protetor do terrorista Osama bin Laden, ainda estaria vivo. O ministro ainda afirmou que Omar "entra e sai de seus esconderijos nas áreas montanhosas ao longo da fronteira", referindo-se às áreas do sul do Afeganistão na fronteira com o Paquistão.

– O futuro da América no Afeganistão é fogo, inferno e a derrota certa – teria dito o mulá, em abril, ao jornal árabe Al-Hayat.

Qanuni lamentou que aquelas áreas estejam fora do acesso do governo afegão, quando foi questionado por que as autoridades de Cabul e as forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos não conseguiram prender o mulá. Os comentários do ministro se seguiram a relatos de que simpatizantes do Talibã que operam na fronteira do sul do Afeganistão estavam colando adesivos advertindo os EUA sobre a volta do movimento.

O jornal disse que, em uma entrevista no Afeganistão, o mulá Omar teria afirmado que Bin Laden também está vivo, apesar do intenso bombardeio dos EUA. No domingo passado, o jornal publicou o que descreveu como um comunicado de um porta-voz da rede terrorista Al-Qaeda, Sulaiman bu Ghaith, avisando aos EUA para se prepararem para um novo ataque.

– O que está por vir para os americanos não será, pela vontade de Deus, menos do que o já veio – disse Ghaith no comunicado, segundo o jornal:

– Tenha cuidado, América. Prepara-se. Coloque o cinto de segurança. A ameaça do terrorismo internacional ainda é grande, admitiu nesta segunda o chefe do estado-maior das forças armadas dos EUA, general Richard Myers. – Continuamos enfrentando um inimigo muito perigoso  afirmou Myers em Madri, onde visitou a base americana de Rota e agradeceu à Espanha "por seu apoio na guerra mundial contra o terrorismo".