| 03/06/2006 06h45min
O Peru não vai à Copa, mas os peruanos mergulharam no clima do Mundial como se estivessem representados na Alemanha. Mesmo neste domingo, dia do segundo turno de uma acirradíssima eleição presidencial, o futebol divide as atenções dos peruanos com a política. Depois do fiasco de sua própria seleção nas eliminatórias sul-americanas – ficou em penúltimo, com apenas 4 vitórias em 18 jogos – elegeram o Brasil e, em menor medida, a Argentina, para torcer na Copa. Quando o frio do outono de Lima permite, as camisas verde-amarelas predominam entre os jovens da cidade.
A febre da Copa é ainda mais alta no interior do país, onde são comuns as ruas enfeitadas com bandeirinhas com as cores das bandeiras do Brasil e do Peru. Os dois maiores magazines da capital, Ripley e Saga Falabella, instalaram seções especiais de artigos esportivos que têm a Copa como tema. Um supervisor da Ripley afirmou ao Estado que as vendas de camisas do Brasil superam as do Peru desde o começo do ano. Mas um dos maiores sucessos da temporada está fora das grandes lojas: uma versão pirata da camisa brasileira, na qual uma faixa diagonal verde e o escudo da CBF no centro do peito imitam o tradicional desenho do uniforme da seleção peruana, branco com faixa vermelha.
Como no Brasil, a Copa também aqueceu as vendas dos eletroeletrônicos e as lojas aproveitam para realizar promoções de aparelhos de TVs convencionais e de plasma - os mais recentes objetos do sonho de consumo do país.
Muitos peruanos atribuem ao brasileiro Didi o maior crédito pela façanha de levar o Peru à primeira copa, em 70, na qual brilhou o Pelé peruano, Teófilo Cubillas. Didi era o técnico da equipe peruana. Depois dele, dirigiram a seleção do Peru os brasileiros Elba de Pádua Lima, o Tim, e Paulo Autuori - que deixou o time depois do fracasso nas eliminatórias para o
Mundial da
Alemanha.
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