| 13/06/2006 17h39min
O professor de Economia da Universidade de Brasília José Matias avalia que, se a decisão sobre a Varig não sair nas próximas horas, provavelmente não haverá um desfecho positivo.
– Tanto para a economia como para os funcionários da empresa e para o próprio sistema aéreo – disse, acrescentando ser importante, para o país, manter a competitividade com várias companhias aéreas, porque isso movimenta a economia e o setor.
Em entrevista à Radio Nacional Matias afirmou que a expectativa é que a entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), a única a fazer oferta no leilão de venda da Varig, tenha recursos suficientes para tirar reerguer a empresa.
– Até agora, o grupo não demonstrou capacidade de aportar recursos. Por exemplo, a primeira parcela que estava projetada para R$ 285 milhões tem de ser em dinheiro vivo, mas R$ 225 milhões virão de renúncia de créditos trabalhistas – observou.
Segundo ele, mesmo que o juiz responsável pelo caso, Luiz Roberto Ayoub, comprove que os funcionários têm condições de gerir a empresa, a Varig terá de contar com a colaboração de fornecedores, da Receita Federal e da Petrobras.
– Acredito que o problema todo vai passar pela gestão, e é preciso saber se os trabalhadores e todos os credores estão dispostos a ajudar para que a Varig sobreviva.
O professor ressaltou que o juiz não vai concordar com a compra se não houver essas condições básicas.
– É bom lembrar que uma outra alternativa é o juiz não aceitar a compra desse grupo e colocá-la em leilão novamente para ver se outro comprador aparece.
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