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 | 19/06/2006 22h28min

Coordenador da TGV anuncia plano de contingência para a Varig

Márcio Marsillac disse que algumas aeronaves podem paralisar operações

O coordenador da entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsillac, anunciou nesta segunda-feira um plano de contingência para não deixar a Varig parar. Ele disse que, devido aos movimentos judiciais das empresas de leasing (aluguel) norte-americanas, algumas aeronaves da Varig estão ameaçadas de paralisar suas operações. Mas esclareceu aos clientes e consumidores da Varig que os trabalhadores assumirão a empresa com o objetivo principal de não deixá-la parar.

– Nós não vamos deixar a Varig parar, nem que nós tenhamos que implementar um plano de contingência, com um número menor de aeronaves para passar esse momento de transição e retomar as rotas depois – afirmou.

Representados pela NV Participações, os trabalhadores apresentaram a única proposta para compra da Varig Operacional, no leilão realizado no dia 8. O resultado do pregão foi homologado hoje pela Justiça do Rio de Janeiro. O plano de contingência anunciado por Marsillac vai levar em conta a existência de apenas 30 aeronaves disponíveis para os vôos domésticos e internacionais da Varig. Ele explicou que será dada prioridade às necessidades dos consumidores e às rotas mais rentáveis.

– Nós temos que ter um plano de rentabilidade, um plano de contingência que garanta um mínimo de atendimento e consideração com os passageiros da Varig e um mínimo de interesse de recursos financeiros para essa empresa – disse Marsillac.

Esse plano emergencial poderá ser implementado amanhã (20) pela manhã, caso haja necessidade de paralisação das aeronaves. Marsillac esclareceu que a Varig dispõe no momento de 49 aviões, dos quais 19 poderão ficar parados em razão de decisão judicial. E explicou que as aeronaves não serão arrestadas.

– A decisão que existe é de que devem ficar no solo para evitar a responsabilização, e até mesmo a prisão dos administradores, e o pagamento de multa – afirmou.

Márcio Marsillac disse ainda que a Varig não possui dívida extra-concursal, isto é, feita após a entrada da empresa no processo de recuperação judicial, com a BR Distribuidora, que estendeu até amanhã o prazo em que garante o combustível para os aviões.

– A Varig, no chão, ensejará um prejuízo enorme a todos os consumidores de transporte aéreo, porque nós teremos passagens muito mais caras, monopólio ou, quando muito, um duopólio aqui dentro do Brasil – disse, ao considerar inadmissível essa hipótese.

O coordenador da TGV afirmou que tão logo a NV Participações tenha a certificação do depósito inicial de US$ 75 milhões, previsto no edital de venda da Varig, serão revelados os nomes dos investidores consorciados à empresa.

AGÊNCIA BRASIL
 
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