| 21/06/2006 14h13min
O ministro da Defesa, Waldir Pires, descartou a possibilidade de o Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) entrar com parte dos recursos necessários para a compra da Varig pelos funcionários da empresa.
– A possibilidade que o BNDES tem, e que o governo quer que ele cumpra, é de operar com a nova empresa que vai tocar a Varig. Uma empresa que tenha um cadastro bom, um cadastro possível de não conflitar com os regulamentos do BNDES – explicou.
Segundo o ministro, caso o depósito de US$ 75 milhões seja feito, como determinou a Justiça do Rio de Janeiro, a empresa pode voltar a ter condições de receber o financiamento. Vencedor do leilão da Varig, o consórcio NV Participações, representante dos trabalhadores da companhia aérea, precisa pagar até amanhã os US$ 75 milhões referentes à primeira parcela da compra.
Ontem, o presidente do BNDES, Demian Fiocca, disse que a instituição foi procurada pela NV Participações, com o intuito de buscar financiamentos para a recuperação de aeronaves. Fiocca frisou que não houve solicitação para que o BNDES entrasse "diretamente" para financiar a compra.
– Financiar novos investimentos é o trabalho cotidiano do BNDES – afirmou Fiocca, acrescentando que o banco se dispôs a estudar o pedido.
Ele deixou claro, entretanto, que a aprovação do plano de negócios a ser apresentado pela NV está sujeita a vários fatores, dentre os quais, a comprovação de sustentabilidade financeira e apresentação de garantias. Os trabalhadores terão, ainda, que revelar os nomes dos investidores parceiros no processo de reestruturação da Varig, dados que hoje estão em segredo, disse o executivo.
Fiocca explicou que a disposição do banco "é fazer essa operação rapidamente", sem, contudo, fixar um prazo. Segundo ele, muitas vezes, a análise de projetos tem prazo determinado pela precisão e pela qualidade das informações prestadas. No caso da TGV, o prazo vai depender do que o plano apresentar.
Ele lembrou que no financiamento concedido para a venda das subsidiárias da Varig (Varig Logística-VarigLog e Varig Engenharia e Manutenção-VEM), o BNDES conseguiu realizar a operação em duas semanas. Neste caso, ele disse que havia a garantia bancária da compradora, a TAP, de Portugal, "o que facilitou muito a análise do risco de crédito". A TAP devolveu esses recursos ao BNDES.
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