Enquanto o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, aumentava nesta quinta-feira, 27 de junho, a pressão para convencer todos os membros do G-8 (os oito países mais ricos do mundo), reunidos no Canadá, a apoiar sua proposta de afastamento do líder palestino Yasser Arafat, helicópteros das forças aéreas israelenses lançaram quatro mísseis contra o prédio da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na cidade de Hebron, onde cerca de 20 palestinos estão refugiados. Israel afirma que 15 terroristas fazem parte do grupo que está entrincheirado no prédio desde segunda-feira.

Cerca de 120 palestinos que encontravam-se no edifício renderam-se, entre eles membros da polícia palestina e civis. Durante as operações de buscas em outros edifícios, os soldados encontraram munições e armamentos, incluindo mais de cem bombas incendiárias. Nos últimos dois dias, as operações em Hebron resultaram na prisão de mais de 40 palestinos, incluindo um líder do grupo Hezbollah.

Em outras cinco cidades da Cisjordânia, as tropas israelenses também continuam a operação, iniciada há cinco dias. Nesta quinta, dois palestinos foram mortos e oito ficaram feridos. No campo de refugiados de Balata, perto de Nablus, um rapaz de 17 anos foi morto por soldados israelenses. De acordo com o exército de Israel, o palestino carregava uma bomba.

A tentativa de Israel de conter a violência, deportando as famílias dos terroristas suicidas para o Exterior, enfrentou seu primeiro obstáculo. O procurador-geral de Israel, Elyakim Rubinstein, determinou que seu país não pode adotar a medida, mas ainda não definiu se a transferência de parentes de terroristas da Cisjordânia para a Faixa de Gaza é legal.
O governo já autorizou provisoriamente a transferência de parentes de suspeitos para a Faixa de Gaza, mas a direita quer ir além, enviando-os a outros países.

Na reunião do G-8,  os líderes europeus se negaram a apoiar a tese defendida por Bush sobre a necessidade de remoção de Arafat do poder como pré-condição para a criação do Estado palestino.