| 21/06/2006 20h52min
Os brasileiros que estão na Alemanha devido a Copa do Mundo acompanham com tensão à embrulhada situação da Varig. Como as negociações pela recuperação da companhia estão sendo realizadas no Brasil, em solo alemão, as informações são escassas e menos atualizadas. O acompanhamento é feito pela Internet e por meio de informações que os parentes que ficaram em casa repassam.
- A primeira coisa que faço no dia é ler as notícias que são publicadas pela imprensa brasileira sobre os novos cancelamentos – contou o jornalista Álvaro Oliveira Filho, do Sistema Globo.
Ele é o mais preocupado do seu grupo, são mais três colegas em Dortmund, onde a Seleção Brasileira joga nesta quinta-feira. Álvaro planejou como muitos outros férias para depois do dia 9 de julho, data da final da Copa do Mundo. Iria para Milão com a família, onde mora uma irmã, e esticaria até Lisboa.
- Quando sai do Brasil, tinha todos os meus vôos e até o número das poltronas confirmados. Agora, para voar no dia 22 de julho, estou em lista de espera. Não sei como vai ficar.
A incerteza do dia da volta para casa é angustiante para quem está há quase um mês em viagem. Mas, para o também jornalista Oscar Luiz, é amenizada pelo fato de estar na Alemanha a trabalho.
- Não me preocupo muito já que de alguma maneira a empresa vai me mandar de volta. Seja de Varig ou não.
Sua crítica é dirigida à direção da companhia. Segundo ele, irresponsável, pois sabia da gravidade da crise e, mesmo assim, deixou milhares de passageiros comprarem seus bilhetes para o Exterior.
O grupo assitia em um hotel, ontem à noite, na rua Markische, em Dortmund, ao jogo Holanda e Argentina ao lado de outros brasileiros com passagens compradas para outras companhias.
Porém os passageiros com bilhetes da Varig não são os únicos inquietos quanto ao retorno a suas cidades. Icek Weinreich, nascido na Alemanha, mas morador de Belo Horizonte desde os quatro anos, voltará com a alemã Lufthansa e nem por isso está tranqüilo
- Temo que por causa da quebra da Varig dê problema para quem comprou passagem por outras companhias. Eles terão que encaixar essa gente de Lufthansa ou Tap.
A imprensa internacional também dá espaço para a crise da Varig. Um taxista, ontem à tarde, quando soube que carregava na sua Mercedes a equipe da Rádio Gaúcha, por tanto, brasileiros, brincou.
- Ah, Varig, from Brazil.
A resposta da turma foi um sorriso meio sem graça.
O assunto interessa aos alemães. Além de buscarem informações sobre a quebra ou não de uma companhia com tamanha reputação internacional, o cancelamento dos vôos afeta e muito a vida dos europeus, acostumados a planejar férias com grande antecedência.
FERNANDA ZAFFARI/ESPECIAL PARA O CLICRBSGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.