Mais de cem prefeitos e outras autoridades municipais colombianas desafiaram nesta quinta-feira, dia 27, as ameaças de morte feitas por guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), voltando atrás na decisão de renunciar e concordando em retornar ao trabalho. O prazo fixado pelas Farc para que os prefeitos abandonassem seus cargos expirou à meia-noite de quarta-feira.

Um balanço divulgado nesta quinta-feira indica que 73 dos 1.097 prefeitos do país mantiveram a decisão de deixar seus cargos – embora nenhuma renúncia tivesse sido efetivada até esta quinta, porque precisariam ser aceitas pelos governadores. Somente nos departamentos (Estados) de Arauca e Antioquia, pelo menos 34 prefeitos e quase cem funcionários municipais desistiram de renunciar após se reunirem com autoridades nacionais.

Autoridades federais reuniram-se com os principais políticos ameaçados e ofereceram guarda-costas, veículos blindados e a oportunidade de trabalhar dentro de bases militares. Dezenas de prefeitos já estão exercendo seu trabalho nas capitais provinciais ou em Bogotá, e prefeituras em todo o país foram forçadas a fechar devido à pressão. Os rebeldes afirmam que a ameaça visa a forçar o governo a retomar as fracassadas conversações de paz, suspensas em fevereiro.