O presidente da Varig, Marcelo Bottini, disse que depende do governo e, principalmente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que a venda da VarigLog para a Volo do Brasil seja aprovada, para que então a proposta feita pela ex-subsidiária da Varig possa ser revalidada.

– A bola agora está com o governo brasileiro que exigiu da Varig uma solução de mercado. É o governo, através da Anac, que vai decidir isso – afirmou Bottini, se referindo à aprovação da venda da VarigLog.

Segundo ele, a direção da Varig recebeu há poucas horas a proposta formal da VarigLog e nenhum depósito no valor US$ 20 milhões, aporte que teria sido especulado como recurso para garantir a operação da companhia, foi feito nesta sexta-feira. Bottini explicou que a NV Participações tinha prioridade para fazer o depósito até as 17h e, por isso, não seria permitido o depósito da VarigLog.

Bottini disse que vai passar o fim de semana junto com os administradores judiciais da Varig, fazendo uma análise da proposta da VarigLog para que, na segunda-feira, possa ter uma visão geral do que foi apresentando. Ele disse que por questões de confidencialidade não pode dar os valores da proposta.

A informação extra-oficial é que a VarigLog estaria oferecendo US$ 20 milhões de imediato e mais US$ 480 milhões, numa proposta que totalizaria US$ 500 milhões. Agora está sendo feita uma negociação com credores, entre eles empresas de leasing e a própria VarigLog tem feito contato com esses arrendadores, mas voltou a dizer que a posição da Anac é que trará uma solução para a Varig.

– Hoje a Varig tem se valido do apoio dos credores para continuar operando com tranqüilidade. Há uma consciência dos credores em manter a Varig viva. Se depender da disposição dos credores e dos investidores, a Varig se manterá até que a proposta tenha sucesso, porque a proposta da VarigLog é muito interessante – afirmou.

Questionado sobre as razões da Varig não ter aceitado a primeira proposta da VarigLog, feita dois meses antes de se cogitar o leilão da companhia, Bottini disse que a proposta anterior foi feita em outro momento e é diferente da atual. Mas voltou a alegar condições judiciais para não revelar o conteúdo da oferta. Ele não quis admitir a possibilidade de paralisação empresa, caso a Anac não aprove da venda da VarigLog para a Volo.

– Se a VarigLog não tiver o aval da Anac e não aparecer outro investidor, teríamos dificuldade de operador depois de certo tempo – disse.

AGÊNCIA O GLOBO