| 25/06/2006 16h49min
A Defensoria Pública de São Paulo começou a recolher nos Distritos Policiais os inquéritos que apuram as mortes ocorridas entre 12 e 20 de maio, durante os ataques do crime organizado no Estado. O objetivo é acompanhar as apurações.
A Defensoria acredita, no entanto, que muitos casos não poderão ser resolvidos, pois são de autoria desconhecida, informou o Globo Online.
Segundo o defensor Pedro Giberti, cabe ao Ministério Público, que tem o poder de fiscalizar a atuação da polícia, apurar e instruir a investigação. Para ele, a análise dos 492 laudos de mortos por arma de fogo só terá efeito conclusivo se for acompanhada da análise dos inquéritos em andamento.
O perito Ricardo Molina, que analisa os laudos a pedido de um grupo de entidades de direitos humanos, afirmou que os laudos são mal feitos e faltam os respectivos boletins de ocorrência. Ele considera que de 126 casos analisados, há indícios de execução em 70% deles. Em média, cada um dos mortos na semana do terror recebeu 6,9 tiros na capital.
A Defensoria Pública acompanha também a investigação de três presos mortos por arma de fogo na Cadeia Pública de Jundiaí, ocorrida no dia 14 de maio. Parentes dos presos dizem que eles foram executados pela polícia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os presos atiraram contra policiais durante o motim.
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