O técnico Ratomir Dujkovic e os jogadores ganenses têm declarado em quase todas as entrevistas que vencer o Brasil será uma questão de orgulho não só para Gana, mas para todo África. O discurso de amor ao continente parece ter cativado a todos os vizinhos das Estrelas Negras. Para o repórter Honorato da Silva, do Jornal de Angola, que participa da cobertura da Copa, os depoimentos do técnico e jogadores de Gana não são mero discurso.

– As seleções européias e sul-americanas, como são muitas, jogam por si numa Copa do Mundo. Mas na África, tirando os países do norte, que se sentem mais árabes do que africanos, existe uma perspectiva coletiva. E como somos poucos numa Copa, hoje Gana, realmente, representa o continente no Mundial – opinou.

Segundo o jornalista, Gana ressurgiu para o mundo na Copa da Alemanha, mas sempre foi um país de muita tradição no continente africano:

– Gana tem quatro títulos africanos e domina as categorias sub-17 e sub-20 na África, isso não é pouco. A equipe demonstrou, até mesmo quando perdeu para a Itália, na primeira fase, que tem um bom potencial – avaliou Silva.

O jornalista também se mostrou satisfeito com a primeira participação angolana na Copa:

– Todos achavam que ganhariam fácil de Angola, mas Portugal, que tem um grande time, ganhou de 1 a 0. E o México pensou que iria fazer cinco ou seis e não saiu do zero a zero – afirmou.

O repórter previu sérias dificuldades para o Brasil no jogo desta terça-feira em Dortmund, pois acredita que a Seleção Brasileira tem problemas em encaixar o seu jogo contra uma adversário que joga de maneira semelhante.

– Os ganenses cultuam o futebol brasileiro e se inspiram no Brasil para jogar. Se diz na África que Gana é hoje mais Brasil do que o próprio Brasil, porque a Seleção Brasileira hoje é mais prática, joga pelo resultado, não se importa em jogar bonito, enquanto Gana gosta de jogar para frente. Os brasileiros precisam ter cuidado – concluiu.

GAZETA PRESS