| 28/06/2006 18h14min
Parreira é bom técnico, competente, inteligente, educado e culto. Mas também pragmático demais, às vezes um pouco teimoso. Insiste com Adriano entre os titulares, apesar dos erros e da má fase do jogador. Ninguém – ou quase ninguém – entende sua presença no time. Na Alemanha, jornalistas de todo o mundo, comentaristas e ex-jogadores acham que está na hora de testar novo companheiro para Ronaldo. Principalmente contra uma equipe forte e de tradição como a francesa.
As chances para o atacante da Inter de Milão se esgotaram. Pelo menos na cabeça da maioria das pessoas. Talvez ainda não para o treinador brasileiro. David Opoczynski, repórter do Le Parisien, acredita que a França levará vantagem se tiver Adriano pela frente. E acha que, se Robinho não se recuperar, a Seleção deveria entrar com Fred ou Juninho Pernambucano. Mas não com Adriano.
– Ele fez dois gols na Copa, mas não tem jogado bem, é lento e movimenta-se pouco. Não consegue abrir a defesa e dificulta o trabalho de Ronaldinho na armação – opinou.
Adriano fez um gol contra a Austrália e um diante de Gana, em posição de impedimento. Mas, na maior parte dos jogos, tem ficado apagado e deixado o Brasil praticamente com um atleta a menos em campo. Sua fase ruim vem desde o início do ano, já na Internazionale. Foi mal no Campeonato Italiano e na Liga dos Campeões e recebeu críticas dos jornalistas e da torcida.
– O Adriano não pode jogar com o Ronaldo. É mais ou menos como o Crespo ao lado do Batistuta (discussão que houve no passado na Argentina). São dois jogadores pesados e, como o Ronaldo é melhor, o Adriano tem de sair – analisou o argentino Miguel Bossio, do diário Clarín.
Tostão, craque da Copa de 70, colocaria Robinho no ataque. Isso, claro, se o jogador do Real Madrid estiver recuperado da contusão na coxa direita.
– O Adriano, apesar dos dois gols, não está bem. Mas não alteraria o esquema escalando, por exemplo, Juninho Pernambucano no lugar de Adriano.
Aborrecido com as críticas, o atacante decidiu promover boicote à imprensa. Parreira confia no seu crescimento em jogos decisivos e pode lhe dar mais uma chance. Até quando?
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