A cotação do dólar caiu no final da manhã desta quarta-feira, 3 de julho, depois que o Banco Central (BC) anunciou a volta da política de invervenções diárias no mercado. Em julho está prevista a venda de mais US$ 1,2 bilhão. Às 11h09min, a moeda norte-americana era cotada a R$ 2,893 na venda, com queda de 1,90% sobre o fechamento de ontem, que ficou R$ 2,890. Na abertura do mercado nesta manhã, a divisa chegou ao recorde a bater novo recorde, cotada a R$ 2,942 na venda.

Durante todo o dia, a expectativa é de que a volatilidade do mercado se mantenha. A alta do dólar registrada logo cedo foi atribuída ao fato de a agência de classificação de riscos norte-americana Standard & Poor's ter rebaixado o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de BB-para B+, e o rating de longo prazo em moeda local de BB+ para BB. A medida, tomada depois do fechamento dos mercados, é atribuída ao valor da dívida líquida do setor público, que, em maio, segundo dados do Banco Central, atingiu R$ 708 bilhões. Na relação com o Produto Interno Bruto (PIB), a dívida chega a 56%, o maior nível da história do país. Em junho, de acordo com previsões do próprio BC, o índice deve bater em 58%. 

Analistas também atribuem o rebaixamento da classificação de risco do Brasil às incertezas quanto ao novo presidente. No último sábado, o instituto de pesquisa Ibope deveria ter publicado uma nova pesquisa à corrida presidencial, o que não ocorreu. Há fortes boatos de que Ciro Gomes (PPS) estaria tecnicamente empatado com José Serra (PSDB), o candidato governista que seria o preferido dos investidores internacionais. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuaria liderando na preferência do eleitorado.

Além da Standard & Poor's, há poucos dias as agências Moody's e Fitch ratings também anunciaram mudanças para pior na classificação de rating (conceito) brasileiro. Na prática, o indicador mede a capacidade de o país pagar a sua dívida externa.