| 19/07/2002 20h26min
No dia seguinte à tumultuada sessão que aprovou a abertura de uma comissão processante na Câmara Municipal de São Leopoldo, no Vale do Sinos, a presidente do Legislativo, Iara Cardoso, entregou nesta sexta-feira, dia 19, o pedido de desfiliação no diretório do PMDB e no Cartório Eleitoral. Ela diz ter decidido abandonar o único partido pelo qual já havia concorrido a cargo eletivo, devido às denúncias de recebimento de propina para a eleição da presidência em 2000.
As acusações tornaram-se públicas na última semana, quando o vereador Alexandre Roso (PHS), apresentou fitas de vídeo com parlamentares recebendo dinheiro dentro do gabinete do então presidente da Câmara, Joni Jorge Homem (PFL). Dos nove vereadores já identificados nas gravações, cinco são do PMDB: Fernando Fusquine, Fernando Henning, Angelo Magro, João Palharini e Adão dos Santos.
Até segunda-feira, Henning era secretário municipal de Educação, Fusquine, diretor do Hospital Centenário, Palharini era diretor da Unidade Básica de Atendimento (Ubam) Feitoria, e Magro, diretor do Departamento de Obras e Viação da Cohab Feitoria. O prefeito Waldir Schmidt (PMDB) determinou seu afastamento da prefeitura.
Iara conta que a resolução de abandonar o PMDB surgiu ao assistir às fitas, gravadas supostamente no segundo semestre de 2000 pelo ex-assessor de Homem, o ex-vereador Mário D'Ávila (PFL). Iara reconhece que os boatos sobre a participação de seus colegas no suposto esquema já dura meses.
Na Promotoria Especializada Criminal, outros vereadores também são investigados pelos mesmos crimes.
– É muito provável que aumente consideravelmente o número de envolvidos. A amplitude é muito maior do que o divulgado até agora, se cria uma verdadeira rede do crime organizado – avalia o subprocurador para assuntos institucionais do Ministério Público, Mauro Renner.
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