| 21/07/2002 21h49min
O candidato a presidente Ciro Gomes (Frente Trabalhista) fez na noite deste domingo, dia 21, em Lages, no Planalto Serrano, pelas mãos do PFL, o primeiro comício desta campanha no Sul do país.
Em palanque eclético – que juntou líderes como os presidentes nacionais do PDT, Leonel Brizola, e do PFL, Jorge Bornhausen, candidatos do PPB, PTB, PFL, PV, PDT e o candidato a governador pelo PPS, o ex-prefeito de Florianópolis Sérgio Grando –, Ciro, vestido de pala como Brizola e desacompanhado da namorada Patrícia Pillar, discursou para cerca de 2 mil pessoas, abrigadas da chuva fina e da temperatura de 13 graus no terminal de ônibus da cidade.
O presidenciável, que conseguiu cristalizar o apoio do PFL a sua candidatura a partir de acordo feito com o PDT e o PTB em Santa Catarina – já que estas siglas esvaziaram a candidatura de Grando favorecendo o adversário Esperidião Amin (PPB) –, evitou comentar o episódio.
– Não vou ficar nessa provocação – alegou.
Em discurso rápido, na festa que custou R$ 6 mil ao PFL do prefeito de Lages, Raimundo Colombo, Ciro explicou que uma caminhada difícil como esta exige parcerias fortes como a que foi feita com Jorge Bornhausen em Santa Catarina. Brizola apostou que depois do Ceará, Estado que foi administrado por Ciro, Santa Catarina apresentará, proporcionalmente, a maior vitória de Ciro no país.
Para compensar a presença ainda que discreta de Grando no palanque com comício, Jorge Bornhausen e o candidato ao Senado pela coligação Santa Catarina Melhor, Paulo Bornhausen (PFL), deixaram claro que ali estavam partidos que apóiam a reeleicão de Amin.
O governador chegou a ligar para deputados do PPB, durante a tarde, enquanto as lideranças aguardavam o presidenciável no Aeroporto Federal de Lages. O candidato atrasou sua chegada em quase duas horas, por conta do mau tempo.
Enquanto aguardavam, o grupo barulhento e munido de bandeirolas do PPS, PV e até PDT, constrastava com a presença reservada dos pefelistas e pebebistas.
– Esta é a campanha da convergência de opostos – reconheceu o senador licenciado, representante do PFL no comitê central da campanha de Ciro e que assume nesta segunda a presidência do PFL estadual, Geraldo Althoff.
As principais razões da montagem eclética e quase contradirória dos palanques nos estados se deve, na opinião de Althoff, à verticalização das coligações e à fragilidade dos partidos no Brasil.
ADRIANA BALDISSARELLI E MARCELO BECKER / DIÁRIO CATARINENSE
Candidato da Frente Trabalhista discursou para cerca de 2 mil pessoas no terminal de ônibus da cidade
Foto:
Susi Padilha
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DC
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