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 | 23/07/2002 08h40min

Confirmada morte de comandante do Hamas em ataque de Israel

Um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza matou pelo menos 15 palestinos na madrugada de terça-feira (horário local), dia 23, entre eles um comandante do Hamas e oito crianças, segundo o hospital local e fontes do grupo islâmico. Há pelo menos 145 feridos. Salah Shehada foi morto um dia depois de a direção do Hamas dizer que poderia suspender os atentados suicidas se Israel se retirasse das cidades da Cisjordânia e adotasse outras medidas.

Shehada era o chefe das Brigadas Izz El Deen Al Qassam, que cometeram dezenas de atentados nos últimos meses. O primeiro-ministro Ariel Sharon disse que o bombardeio com aviões F-16 foi ``um grande sucesso'', mas lamentou a morte de civis. Para o ministro palestino Saeb Erekat, a ação foi um crime de guerra e ``um esforço de Sharon para torpedear qualquer iniciativa pela retomada do processo de paz''.

– É um massacre contra nosso povo. A retaliação virá, e tudo será considerado um alvo. Não será só um ataque. Até os israelenses em suas casas serão alvo das nossas operações – disse Abdel Aziz Al Rantissi, porta-voz do Hamas.

Sharon disse que é preciso estar atento à vingança. Confusos, os moradores do bairro de Baraj vagavam pelos escombros, ao som das sirenes de ambulâncias. Várias crianças foram retiradas de maca. Ao amanhecer, especialistas continuavam buscando vítimas soterradas. Israel disse que agiu em defesa própria, para desbaratar redes de militantes que preparam atentados.

– Shehada estava por trás de centenas de ataques terroristas nos últimos dois anos – disse uma nota do Exército. Na Organização das Nações Unidas (ONU), o porta-voz Fred Eckhard criticou a morte de civis.

– O secretário-geral pede ao governo de Israel que suspenda tais ações e se porte de maneira plenamente consistente com o direito humanitário internacional – afirmou. Gideon Meir, porta-voz da chancelaria israelense, disse que não havia motivo para críticas, já que crianças e bebês israelenses também foram mortos nos atentados. – Espero que o secretário-geral compreenda que as ações de Israel resultam de autodefesa. Foi um ataque preciso de Israel contra um terrorista conhecido.

Na cidade de Gaza, centenas de simpatizantes do Hamas foram às ruas, disparando para o alto e pedindo vingança. Houve ainda manifestações em Rafah e Khan Younis, também na Faixa de Gaza. Em seus 22 meses, a atual intifada (rebelião) já matou pelo menos 1.458 palestinos e 559 israelenses. As informações são da agência Reuters.

 
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