O Iraque afirmou na quarta-feira, dia 24, ter se mostrado flexível o bastante nas negociações para a volta ao país de inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU).

– Mostramos flexibilidade suficiente. Dissemos na rodada de negociações de Viena que o monitoramento e a volta dos inspetores deveriam ser parte de uma solução ampla – afirmou o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri, em uma entrevista ao jornal Al Hayat, uma publicação britânica em língua árabe.

Três rodadas de negociações entre a ONU e Sabri em Viena não foram suficientes para um acordo sobre a volta dos inspetores, algo que afastaria as ameaças norte-americanas de atacar o Iraque a fim de derrubar do poder o presidente Saddam Hussein. O Iraque defende ainda uma mudança no mandato dos inspetores.

– Se os inspetores voltarem sem um mandato diferente, eles trabalharão por um mês, dois ou três meses, e as discussões começarão novamente – afirmou Naji.

Na terça-feira, dia 23, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, anunciou, ao Conselho de Segurança da organização, não ter intenções de realizar novas negociações com o Iraque até que o país dê sinais de que pretende permitir a volta dos inspetores ao país. Mas Annan deixou claro que o canal de comunicação com o Iraque não deveria ser fechado. O governo norte-americano afirma querer derrubar Saddam devido a temores de que os iraquianos usem armas biológicas ou químicas para atacar os EUA.

Os inspetores da ONU deixaram o país em dezembro de 1998. Uma declaração deles de que o Iraque livrou-se de suas armas de destruição em massa é condição para o levantamento das sanções impostas em 1990, quando forças iraquianas invadiram o Kuweit. O Iraque acabou expulso do país vizinho no ano seguinte. As informações são da agência Reuters.