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 | 24/07/2002 13h30min

Dia de pessimismo eleva dólar e risco-país

Bovespa registrou alta no final da manhã, depois de cair 3% no período

Os bancos já se preparam para negociar o dólar a R$ 3 no mercado futuro. A estimativa é de que se a tensão no mercado financeiro persistir dentro e fora do país, o contrato futuro de agosto pode atingir a casa dos R$ 3 ainda nesta semana. Nesta quarta-feira, 23 de julho, a cotação máxima da moeda norte-americana chegou a R$ 2,959. Analistas prevêem que o cenário deve ser pessimista pelo menos até setembro.

O mercado viveu uma manhã tensa hoje. Nesta tarde, as atenções ainda devem se voltar à entrevista coletiva convocada nesta manhã pelo presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, às 15h. Fraga irá falar sobre temas de interesse na área de política monetária. Segundo operadores, o mercado decepcionou-se com o resultado da visita da vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, ao Brasil. Entre esta segunda e terça-feira, a número dois do Fundo se encontrou com o presidente do BC, o ministro da Economia, Pedro Malan, o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, e o presidente Fernando Henrique Cardoso. Ontem, Krueger disse que o FMI está pronto a ajudar qualquer governo que venha a ser eleito neste ano, desde “que esteja comprometido com questões macroeconômicas defendidas pelo Fundo”. Ela deixou em aberto a possibilidade de, caso necessário, a instituição discutir um programa de contingência para o Brasil. Krueger negou, porém, que tenha vindo ao país para tratar de um acordo de transição, como tem sido especulado na última semana.

O mau humor registrado no Brasil nesta quarta também foi reflexo do desempenho negativo das principais bolsas européias hoje. Em Londres, o índice atingiu o pior resultado em seis anos. A bolsa de Tóquio também caiu e apresentou o pior desempenho em cinco meses. O pessimismo ocorreu em decorrência de especulações sobre resultados negativos de grandes empresas da Europa. Nos Estados Unidos, a bolsa também caiu pela manhã, mas o índice Dow Jones se recuperou à tarde. No Brasil, a Bolsa de Valores do Estado de São Paulo segue a tendência norte-americana. Depois de registrar uma queda de 3% nesta manhã, a Bovespa opera no início da tarde em alta de 1,4%.

A cotação do dólar também recou na comparação com a manhã. Pouco depois das 12h, a divisa norte-americana era negociada a R$ 2,93 para venda, alta de 0,6% ante o fechamento desta terça. Ontem, a moeda bateu o terceiro recorde do Plano Real em apenas sete dias ao encerrar os negócios negociada a R$ 2,920 na venda. O valor representa uma alta de 0,51% ante o fechamento da segunda, também recorde desde 1994, quando a divisa norte-americana fechou valendo R$ 2,9050 para venda.

O risco Brasil, medido pelo banco JP Morgan tem alta de 3,47%, e registra 1.759 pontos. Nesta manhã, o índice, que reflete a capacidade de um país honrar seus compromissos, chegou perto dos 1.800 pontos.

As informações são da Rádio Gaúcha, Globo News e da Agência Brasil.

 
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