| 10/08/2006 19h38min
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, instaurada no Congresso para apurar esquema de superfaturamento na venda de ambulâncias, recomendou hoje ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados a cassação do deputado catarinense Adelor Vieira (PSDB).
Segundo a comissão, o tucano teria recebido R$ 40 mil em propinas. Além dele, outros 71 parlamentares tiveram sugerida a cassação de seus mandatos.
O relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), afirma que os 72 denunciados incorreram em seis crimes previstos no Código Penal: concussão (crime cometido por servidor público), corrupção ativa e passiva, condescendência criminosa, advocacia administrativa e exploração de prestígio.
O relatório final da CPI, aprovado hoje em plenário, detalha a participação de Vieira. Em depoimento à Justiça Federal, o empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, empresa-mãe do esquema criminoso, diz ter conhecido Vieira em 2004.
À época, Vedoin teria se comprometido em repassar dinheiro ao deputado em troca de emendas destinadas à compra de ambulâncias. Vieira apresentou emendas no valor de R$ 560 mil, todas à Sociedade de Assistência Social e Educacional Deus Proverá, com sede em Joinville.
Como comissão, ele teria recebido R$ 26 mil em mãos, dentro de seu próprio gabinete, e pedido a assessores que depositassem o dinheiro na conta de entidades beneficentes.
Os R$ 14 mil restantes teriam sido repassados a uma gráfica de Joinville, entre outubro e novembro de 2005, a pedido de Vieira. Segundo Vedoin, o deputado teria mantido contato com a Deus Proverá, orientando o direcionamento nas licitações.
A apreciação do relatório teve um voto contrário, do senador Welligton Salgado (PMDB-MG), e a abstenção do senador Sibá Machado (PT-AC).
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