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 | 08/08/2002 22h38min

Ciro e Garotinho criticam acordo com o FMI

Lula diz que novo pacto era inevitável e deve tranquilizar o mercado

Dos três principais candidatos da oposição à Presidência, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS) criticaram o acordo firmado pelo governo federal com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O contrato vale por 15 meses e inclui o primeiro ano do próximo presidente. Um total de US$ 6 bilhões serão liberados ainda neste ano. Os outros US$ 24 bilhões restantes deverão ficar para 2003, sob o comando do novo presidente.

O PT divulgou uma nota oficial em que aprova o acordo firmado entre o governo federal e o FMI, classificado de "inevitável" pela sigla. "Entendemos que este acordo permite tranqüilizar o mercado e, com isso, dar uma chance, se forem tomadas as medidas corretas, de o país voltar a crescer", disse o texto.

– Aprovo a idéia do Brasil ter de pegar dinheiro, porque a situação exigia que o Brasil pegasse – concordou Lula, durante entrevista coletiva, ontem à tarde.

O candidato petista criticou, no entanto, pontos que poderiam restringir a liberdade do novo presidente. Ele citou especificamente o rebaixamento do piso das reservas para US$ 5 bilhões e a manutenção da meta de superávit primário em 3,75% do PIB até 2005 – ou seja, quanto o país se compromete a economizar para pagar os juros da dívida pública.

Desautorizando seu prinicipal assessor econômico, o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, criticou na noite desta quinta, o novo pacto com o Fundo.

– Fiquei chocado com o noticiário. Setores da imprensa fazem quase uma comemoração porque o país fez um belíssimo acordo com o FMI .Temos de comemorar que o Brasil aumentou a sua dívida em R$ 30 bilhões e não foi para investir em casas populares, submarino nuclear ou reequipar a Aeronáutica? Não. Foi para financiar a quebra do crédito público – criticou Ciro.

A posição do candidato se chocou com a opinião externada por seu principal assessor econômico, Mauro Benevides Filho, durante todo o dia. Para Benevides, a assinatura do acordo resolvia a questão conjuntural brasileira de curto prazo. O assessor critica que o errado não é o acordo com o Fundo, mas a condução interna da política econômica nacional, que tem elevado a dívida pública, aumentando o desemprego e ampliando a vulnerabilidade externa.

A posição do candidato no início da noite se chocou com a opinião externada por seu principal assessor econômico, Mauro Benevides Filho, durante todo o dia. Para Benevides, a assinatura do acordo resolvia a questão conjuntural brasileira de curto prazo. O assessor critica que o errado não é o acordo com o Fundo, mas a condução interna da política econômica nacional, que tem elevado a dívida pública, aumentando o desemprego e ampliando a vulnerabilidade externa.

Já Garotinho disse que o próximo governo terá de ir "quase de joelhos" ao FMI. O candidato afirmou ainda estar preocupado com o acordo fechado com o fundo, que prevê socorro de US$ 30 bilhões ao Brasil em 15 meses.

– Ninguém deve comemorar uma ida ao banco para pegar dinheiro emprestado para pagar dívidas. Nossa avaliação é de preocupação. Pelas nossas estimativas iniciais, o Brasil precisará de US$ 18 bilhões para fechar suas contas neste ano. Vamos supor, então, que ele utilize os US$ 6 bilhões do FMI e mais os US$ 10 bilhões de reservas cambiais, ainda assim faltarão US$ 2 bilhões. O país vai ser entregue ao próximo presidente numa crise dura " afirmou Garotinho.

O candidato governista, José Serra (PSDB), afirmou que o Brasil estava passando por sérios problemas financeiros e precisava do acordo.

– A vaca estava caminhando para o brejo – disse, referindo-se à economia do país.

O candidato acredita que o acordo deverá fazer com que o ataque especulativo retroceda e o dólar caia.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

 
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