| 06/09/2006 11h54min
O empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, acusado de chefiar a Máfia dos Sanguessugas, está na sede da Polícia Federal, em Brasília, onde presta novo depoimento hoje. Ele será ouvido nos inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que investigar o esquema de compra fraudulenta de ambulâncias.
Ontem, em depoimento fechado no Conselho de Ética do Senado, Darci Vedoin, pai do empresário, desmentiu o senador Magno Malta (PL-ES) que vinha repetindo nunca ter se encontrado com ele. Segundo o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), Darci disse que se encontrou com Magno Malta em 2002, quando ele ainda era deputado e que o senador estava acompanhado do ex-deputado Lino Rossi (PP-MT), um dos primeiros parlamentares a se envolver com a máfia. Darci confirmou ainda ter destinado um Fiat Ducatto a Malta através de Rossi. Após o depoimento, encerrado no final da tarde, Vedoin passou mal e foi levado para o ambulatório do Senado. Ele teve problemas de pressão, mas dispensou uma cadeira de rodas oferecida pela enfermaria. Mais cedo, segundo o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), Darci já havia confirmado no Conselho todas as denúncias contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) feitas à Polícia Federal. Darci Vedoin contou também que o encontro entre ele e Magno Malta teria ocorrido num restaurante e foi apenas "um almoço para conhecimento", no qual não se tratou de negócios. Somente em 2003 é que o empresário enviou o veículo ao senador. Em troca pelo empréstimo do carro, Malta teria prometido destinar uma emenda no valor de R$ 1 milhão para o esquema de superfaturamento de ambulâncias. Magno Malta já admitiu ter usado o automóvel para transportar a sua banda gospel "Tempero do Mundo" por mais de um ano. No entanto, o senador disse que não sabia que o carro havia sido cedido pela empresa de Vedoin. Demostenes questionou a apresentação de um recibo por Magno Malta, do dia 2/9/2005, no valor de R$ 750, para devolução de um carro doado pela Planam a Rossi. Segundo o senador pefelista, o recibo não tem carimbo nem assinatura. Segundo Biscaia, Darci foi ainda mais incisivo nas denúncias. Luiz Antonio Vedoim, filho de Darci, confirmou o pagamento de R$ 35 mil em dinheiro para o genro da senadora Serys Slhessarenko. Mas, ao contrário do que tinha declarado o pai, não soube informar sobre outro pagamento em cheque. Houve uma acareação entre pai e filho. Mas eles não chegaram a um consenso. O conselho espera esclarecer a história nesta quarta-feira, no depoimento de Ivo Spínola, genro de Darci Vedoim. Para o conselho, o caso que precisa de mais esclarecimentos é o do senador Magno Malta, acusado de usar um carro do esquema, por quase dois anos. Malta alega que o carro teria sido emprestado por outro parlamentar. O relator quer saber quem é José Luiz Cardoso, que aparece como dono do veículo. – Na própria documentação juntada pelo senador Magno Malta, ele paga o IPVA do carro e paga também outras taxas relativas ao carro em nome justamente desse senhor José Luiz Cardoso –, diz o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo. Ronildo Medeiros, outro empresário da Máfia das Ambulâncias, depôs por meia hora. AGÊNCIA GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.