O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta terça-feira, 13 de agosto, que espera receber o primeiro presidenciável já na próxima quinta. Na noite desta segunda, FH anunciou que gostaria de receber todos os principais candidatos à Presidência. No encontro, deverão ser discutidos o momento econômico do país, o empréstimo de US$ 30 milhões negociado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a transição política. FH reiteirou que a data das visitas ainda não está confirmada. As declarações do presidente foram dadas após participar da reunião da Comissão Interministerial para a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +10, que será realizada no final deste mês Johannesburgo, na África do Sul.

Os detalhes do encontro começaram a ser negociados na manhã desta quinta entre o ministro chefe da Casa Civil, Pedro Parente, e as assessorias de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS), José Serra (PSDB) e Antonhy Garotinho (PSB). A data e o formato das visitas, que devem ocorrer em um único dia, serão divulgados ainda hoje. Em princípio, Serra seria o primeiro a ser recebido nesta quinta, às 10h. Depois, seria a vez de Lula (11h), Ciro (12h) e Garotinho (13h). Cada presidenciável poderia ser acompanhado de dois assessores. Além de FH, estariam presentes ainda Parente e o ministro da Fazenda, Pedro Malan.

FH disse ainda que os candidatos à Presidência devem ter consciência das políticas do atual governo e das razões por que estas são adotadas. Também afirmou que espera obter apoio dos presidenciáveis e deu um conselho. Afirmou que o presidente da República tem responsabilidades que vão além de quaisquer outras, e que a principal “é fazer com que o Brasil avance e mantenha o que já conseguiu”. Salientou que, hoje, o Brasil tem credibilidade internacional, “como ficou provado pelo apoio de todas as instituições financeiras, inclusive do Fundo Monetário Internacional”.

O presidente disse, no entanto, que todos os brasileiros precisam ter uma posição definida em defesa dos interesses do país como baixar, na medida do possível, a taxa de juros. E para que isso ocorra – salientou – é preciso fazer com que o dólar tenha um câmbio razoável e que as linhas de crédito sejam restabelecidas.

– Não há nenhuma razão para que isso não ocorra e não podemos deixar que haja falta de confiança em função de uma eleição.

Segundo FH, “o povo decidirá, mas os candidatos têm suas responsabilidades e eu gostaria de vê-los assumindo, como alguns já fizeram, essa responsabilidade perante o país”.

As informações são da Agência Brasil e da Rádio Gaúcha.