| 29/09/2006 18h06min
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, reagiu com irritação à divulgação de fotos mostrando o dinheiro apreendido pela Polícia Federal com integrantes do PT durante tentativa de compra do Dossiê Cuiabá, contra políticos tucanos. Tarso disse que se trata de uma divulgação ilegal, já que a investigação corre em segredo de Justiça, e de uma articulação entre pessoas do PSDB e da Polícia Federal.
O ministro considerou o ato uma tentativa desesperada das elites de tentar virar o jogo eleitoral na última hora. Tarso comparou o vazamento das fotos do R$ 1,7 milhão à divulgação, em 2002, de foto de dinheiro apreendido no comitê de Roseana Sarney, que disputava a Presidência da República pelo PFL, e ao caso do seqüestro do empresário Abílio Diniz, dono da rede Pão de Açúcar, em 1989. Na ocasião, os seqüestradores usavam camisetas do PT.
– Isso é uma repetição da camiseta no seqüestro do Abílio Diniz. Uma tentativa desesperada de criar um fato novo, inclusive de maneira ilegal. E certamente decorreu de algum tipo de articulação de alguém do PSDB com alguém da PF. Isso é uma postura antidemocrática para desestabilizar o processo eleitoral, mas o povo brasileiro já tem experiência, e não iria se enganar novamente. É a mesma tentativa que as elites fazem para tentar virar o jogo na última hora – disse Tarso.
O ministro reafirmou que, apesar de dirigentes da campanha de Lula e o ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy terem sido citados entre os que teriam negociado a compra do dossiê, o episódio não tem nenhum impacto na reeleição do presidente.
– Esse caso nada tem a ver com o presidente Lula, com sua candidatura, e é um fato circunscrito a São Paulo – disse o ministro, chegando a se irritar com perguntas a respeito do impacto do escândalo na campanha do petista Aloizio Mercadante.
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