| 22/08/2002 13h34min
O governo argentino afirmou na quinta-feira,dia 22, que o forte aumento da pobreza, que já atinge mais da metade da população, comprova a "decadência'' do país, que passa pela pior crise econômica de sua história.
– O governo trabalha sem cessar para tentar derrotar estes flagelos (a pobreza). Estes são os números dolorosos da decadência argentina – disse a jornalistas o chefe do Gabinete de Ministros, Alfredo Atanasof.
O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) afirmou na quarta-feira, dia 21, que 18,5 milhões de pessoas, em uma população de 36 milhões, não tinham suas necessidades atendidas na Argentina, de acordo com um estudo realizado em maio. Isto significa que 5,2 milhões de argentinos entraram no exército de pobres desde a última medição, realizada em outubro de 2001.
Além disso, o número de indigentes – aqueles que não têm recursos suficientes para comprar a cesta básica de alimentos – dobrou entre outubro de 2001 e maio deste ano, chegando a 8,7 milhões de pessoas.
– Na minha opinião, esta decadência é o resultado da aplicação de um modelo econômico que foi basicamente injusto na distribuição da riqueza – disse Atanasof.
A crise da economia argentina, que não cresce desde 1998, também fez disparar o índice de desemprego, que chegou ao maior nível da história, afetando 21,5% da população, o que significa que mais de 3 milhões de pessoas estão sem trabalho. A pobreza e o desemprego alimentam uma crise social que explodiu em dezembro, quando revoltas populares deixaram pelo menos 27 mortos e forçaram a renúncia de dois presidentes em menos de 15 dias.
O presidente interino, Eduardo Duhalde, tentou reaquecer a economia permitindo a desvalorização da moeda em janeiro, mas a medida, até agora, apenas provocou o aumento da inflação, que acelerou o crescimento da pobreza. As informações são da agência Reuters.
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