A caixa-preta do jato Legacy da Embraer que teria se chocado contra o Boeing da Gol na sexta-feira foi levada para São José dos Campos, e será aberta neste domingo, segundo informou o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. Já a caixa-preta do Boeing ainda não foi encontrada.

Milton Zuanazzi afirmou que só a abertura das caixas pretas pode esclarecer o acidente:

– As caixas pretas vão mostrar todos os contatos feitos pelos pilotos desde a torre de controle até a queda.

O presidente da Anac disse que o sistema anticolisão do Legacy estava funcionando na hora do acidente. Segundo Zuanazzi, o aparelho foi testado antes de o jato decolar. No entanto, Zuannazzi não soube dizer se o mesmo equipamento estava funcionando no Boeing da Gol. 

– Se os aviões têm equipamentos (anticolisão), mesmo que no espaço aéreo você tenha falta de contato com as torres de controle eles têm que funcionar. Aliás, esses equipamentos existem para isso, para áreas do espaço não cobertas – afirmou Zuannazzi.

Segundo Zuannazzi, o resgate dos corpos ainda não começou porque as equipes especialistas ainda estão abrindo clareiras no local do acidente para que os helicópteros possam pousar e iniciar a retirada dos corpos. Os trabalhos de resgate foram reiniciados por volta das 6h deste domingo.

Seis peritos do Instituto Médico Legal embarcaram neste domingo para à região onde caiu o Boeing 737-800 da Gol para ajudar na identificação dos corpos. Sete militares passaram a noite no local tentando abrir clareiras, possibilitando que helicópteros possam pousar e iniciar o resgate dos corpos das vítimas.

Para agilizar o processo de liberação dos corpos, o Ministério da Saúde suspendeu algumas formalidades, como a obrigatoriedade do uso de urnas lacradas e emissão de atestados de óbito. Os corpos serão enviados para a base aérea da Serra do Cachimbo e, em seguida, transportados para o IML de Brasília, onde a identificação será finalizada.

A Infraero informou, no fim da tarde deste sábado, que não há sobreviventes do acidente com o vôo 1907 da Gol, nesta sexta-feira. No entanto, o Comando da Aeronautica afirmou que ainda não é possível confirmar que não há sobreviventes, embora as chances sejam mínimas.

De acordo com o site Globo Online, a informação que se tem é a de que o Boeing da Gol teria se chocado com um jato executivo Legacy, fabricado pela Embraer e pertencente à empresa Excel Aire. O Boeing, com 149 passageiros e 6 tripulantes, desapareceu próximo à Serra do Cachimbo, na divisa entre os estados do Pará e Mato Grosso. O vôo 1907 da Gol seguia de Manaus para Brasília, onde faria escala antes de continuar viagem até o Rio de Janeiro.

O resgate dos destroços deve durar três dias. A área de floresta densa fica entre duas aldeias indígenas no Parque do Xingu, na divisa de Mato Grosso com o Pará. A equipe de resgate localizou os destroços do avião, visualmente, por volta das 9h. Mais de 300 pessoas, entre militares e civis, participam da operação.