| 30/09/2006 01h39min
O Boeing 737-800 da Gol desaparecido nesta sexta na região amazônica com 155 pessoas a bordo estreou há apenas duas semanas e é o primeiro avião da companhia aérea a sofrer um acidente.
O avião, que levava 149 passageiros e seis tripulantes, está desaparecido desde que se chocou em pleno vôo com um jato executivo Legacy, da Embraer, cujo piloto conseguiu aterrissar na base área da Força Aérea Brasileira da Serra do Cachimbo, no Pará.
O avião da Gol tinha sido recebido do fabricante americano no dia 12 de setembro e tinha apenas 200 horas de vôo, informou a companhia aérea em comunicado.
A empresa surgiu num momento particularmente delicado para a aviação brasileira, em meio às crises financeiras que levaram ao desaparecimento de companhias aéreas tradicionais, como Transbrasil e Vasp, e estiveram a ponto de acabar com a Varig. Mas a novata soube aproveitar os espaços vazios no mercado.
A Gol Linhas Aéreas Inteligentes foi fundada em 15 de janeiro de 2001 pelo empresário de transporte terrestre Constantino de Oliveira Júnior. Seu objetivo era popularizar o transporte aéreo no país com uma companhia aérea de "baixos custos e baixas tarifas", inspirada no modelo de companhias americanas como Easy Jet, Southwest e Blue Jet.
A companhia aérea, que começou com poucos aviões, tem hoje uma frota de 55 Boeings 737, entre eles vários 737-800 Next Generation, com os quais opera 530 vôos diários para mais de 50 cidades do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Chile. O próximo passo é chegar a Lima, a capital peruana.
Em menos de seis anos, a Gol se tornou a segunda maior companhia aérea do país, depois da TAM, com uma participação próxima a 37% no mercado interno, segundo dados oficiais de agosto, e 10,7% nos vôos internacionais operados por empresas brasileiras.
Um dos segredos do rápido crescimento de Gol está em seu alto índice de eficiência. Ela oferece apenas uma classe de serviço e a sua frota é simplificada, formada somente de modernos Boeings 737, o que se traduz em baixos custos de manutenção e menor consumo de combustível.
A empresa, que também tem um serviço de transporte de cargas, o Gollog, vende suas passagens exclusivamente pela internet e por telefone, o que poupa custos de pessoal e de manutenção de escritórios.
– A meta da Gol é ser reconhecida em 2010 como a companhia que popularizou o transporte aéreo no Brasil e na América do Sul, com serviços de qualidade e tarifas baixas – disse há poucos meses Oliveira Júnior, ao receber o Prêmio Liderança de Mercado 2006 concedido pela Air Transport World (ATW), um dos muitos da companhia em pouco mais de meia década no ar.
A Gol, principal cliente da Boeing na América Latina, apresentou em junho um novo plano para sua frota. Para continuar crescendo, ela pretende terminar este ano com 62 aviões 737-300, 737-700 e 737-800.
Os 737-300 serão retirados do serviço a partir de 2010 e substituídos pelos modelos mais modernos. A empresa pretende chegar a 2012 com uma frota de 96 Boeings 737-700 e 737-800, como o que desapareceu nesta sexta.
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