| 04/10/2006 17h53min
Visivelmente constrangidos, o governador eleito de São Paulo, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso evitaram comentar o apoio do casal Garotinho à candidatura de Geraldo Alckmin à presidência. Fernando Henrique disse que tem atuado como ex-presidente e que não está na transa política. Ele afirmou que não foi consultado sobre o apoio recebido por Alckmin da governadora do Rio, Rosinha Matheus, e seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho (os dois do PMDB), e salientou que voto não se recusa, aproveitando para atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– O voto você não recusa. Outra coisa é fazer uma coligação política. Vai perguntar se o presidente Lula vai recusar o voto do Collor? – questionou.
Serra disse que não iria comentar o apoio, mas que trabalhará na campanha do candidato Alckmin no segundo turno, principalmente no Estado de São Paulo. Segundo Serra, o motivo da visita ao ex-presidente foi uma homenagem a Fernando Henrique que apoiou a sua candidatura ao governo do estado.
Depois de uma acalorada discussão protagonizada pelo líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), a Executiva do PFL designou o senador José Jorge (PE), vice na chapa de Geraldo Alckmin, para tentar pacificar a crise deflagrada no Rio, após a declaração de apoio do casal Garotinho ao tucano. No mesmo tom do discurso do pai, o prefeito Cesar Maia, Rodrigo Maia disse que um candidato que faz um discurso ético tem que se afastar de Garotinho.
O pefelista disse que não vai deixar de votar em Alckmin, mas afirmou que não pode esquecer seus compromissos com a ética. Ainda segundo ele, Garotinho tira voto. Além do mais, não tem mais a máquina do Estado na mão. Para Rodrigo Maia, Alckmin e o PSDB foram usados para prejudicar a candidatura de Denise Frossard, candidata do PPS, partido que apóia Alckmin.
– Alckmin segurou na alça do caixão de Garotinho, que está morto politicamente – disse Maia.
José Jorge deve ir ao Rio nesta quinta-feira para um encontro com Cesar Maia. Depois, o próprio Alckmin deve ir à cidade para conversar com o prefeito.
Um dia depois do apoio do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho causar mal-estar na campanha de Geraldo Alckmin à presidência, o tucanato decidiu baixar em peso no escritório da campanha em São Paulo, às 18h. Está prevista a chegada do presidente do PSDB, Tasso Jereissatti, do governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, e de José Serra, que venceu a eleição no primeiro turno em São Paulo. A idéia é discutir o desgaste que a campanha tucana teria sofrido com o apoio de Garotinho, que acabou rachando o partido no Rio de Janeiro. O encontro será no Instituto Teotônio Vilela, no Itaim Bibi.
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