O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na tarde desta segunda-feira, que viveu ontem o dia mais triste de sua vida, ao analisar o debate dos presidenciáveis na TV Bandeirantes. Lula disse que já participou de vários debates com adversários como Mário Covas, Leonel Brizola, Franco Montoro e Fernando Collor, que tinham "nível político". E comparou seu adversário atual, o tucano Geraldo Alckmin, a um "delegado de porta de cadeia".

– Não pensei que estava na frente de um candidato. Pensei que estava na frente de um delegado de porta de cadeia – afirmou Lula, criticando a insistência de Alckmin em discutir denúncias de corrupção envolvendo o governo e o PT.

Lula disse que Alckmin não se interessa por política econômica e social, porque os dados dos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso são inferiores aos de seus quatro anos.

Para ele, Alckmin parecia "o samba de uma nota só". Ao falar da insistência do adversário em bater no escândalo do dossiê, Lula afirmou que desde o início da campanha é o "mesmo som de sanfona quebrada". O presidente voltou a afirmar que é o único governante nesse país que pode falar de corrupção, afirmando que no governo anterior os casos de corrupção eram engavetados e colocados "embaixo do tapete do sofá".

O petista crê que a população quer ouvir um debate sobre propostas para melhorar a sua vida, e segundo ele, no debate, foi possível para a sociedade ver a diferença entre os dois projetos, o seu e o de Alckmin, que representa "um jogo de interesses de um grupo que manda no Brasil desde que Cabral pôs os pés aqui". Esse grupo, segundo Lula, é "pedante, arrogante e tem nariz em pé".

A análise foi feita durante encontro com cantores e compositores gospel liderados pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo da Igreja Universal. Também participaram do encontro aliados evangélicos como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e os deputados Walter Pinheiro (PT-BA) e Gilmar Machado (PT-MG), além de Wasny de Roure (PT-DF), que é suplente de deputado.

AGÊNCIA O GLOBO