As eleições presidenciais de março na Argentina ficaram envoltas em dúvidas nesta sexta, dia 23, depois que um juiz suspendeu as eleições internas. Nestes pleitos, realizados em novembro, os partidos elegem os seus candidatos. A decisão de Abel Cornejo, de Salta, teve como base um pedido apresentado pela União Cívica Radical (UCR) e pelo peronismo. A ação foi considerada um duro golpe para o governo do presidente Eduardo Duhalde, criticado pelo oficialismo e pela oposição por uma série de polêmicas regras definidas para as votações internas.

Segundo o secretário eleitoral da Província de Salta, Adolfo Araoz, "todo o processo pré-eleitoral está suspenso, assim como todo o cronograma das eleições internas abertas de novembro. O governo pode apelar da decisão, o que prolongaria a incerteza sobre quando os argentinos elegeriam seu presidente.

Os decretos, baixados semanas atrás por Duhalde, permitem que qualquer eleitor, mesmo sem ficha nos partidos, concorra às eleições internas de qualquer partido em 24 de novembro. O principal crítico do modo como Duhalde decidiu realizar as eleições primárias é o ex-presidente e pré-candidato Carlos Menem, que prometeu lutar nos tribunais para modificar o sistema.

O último político eleito foi Fernando de la Rúa, que renunciou em dezembro de 2001. O recurso da UCR de Salta, partido que De la Rúa participava, pediu "a declaração de inconstitucionalidade dos decretos eleitorais e uma medida cautelar".