| 12/10/2006 07h00min
Apesar de considerar a medida "simbólica", o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) reafirmou ontem a promessa de vender o Aerolula, o avião presidencial de R$ 154 milhões comprado pelo governo Lula, para construir hospitais. A afirmação, feita pela primeira vez durante o debate de domingo, foi classificada pelo presidente Lula de "pequenez política''.
– Vou vender mesmo e vou fazer os hospitais, as camas que o povo precisa – afirmou Alckmin durante entrevista ontem às rádios Bandeirantes e BandNews.
O tucano disse que, ao autorizar a compra do Airbus, o candidato do PT à reeleição "nem mesmo prestigiou a indústria nacional, pois poderia ter adquirido o avião da Embraer". Em 2004, o governo federal justificou o fato de não haver encomendado o avião à empresa brasileira porque a Embraer alegou não ter condições de produzir um avião capaz de ir do Brasil à Europa sem parada para reabastecimento.
Alckmin ironizou a compra da aeronave:
– E (Lula) ainda quis jogar (a responsabilidade pela compra) em cima do Fernando Henrique. Não chama Aerofhc, chama Aerolula.
O ex-governador de São Paulo disse que o governo Lula já gastou R$ 4,5 bilhões em passagens e diárias, fora os gastos com o Aerolula e o custo de 34 ministérios. Alckmin afirmou que pretende imprimir no país a "cultura do respeito ao dinheiro público, a cultura da eficiência e do combate ao desperdício, pois o exemplo vem de cima."
O Airbus pertence à Aeronáutica e permite ao presidente despachar de seu interior. O brigadeiro Francisco Joseli Parente Camelo, coordenador das viagens internacionais da Presidência, disse que a compra do Airbus foi um excelente negócio. Ele disse que, entre fevereiro de 1999 a abril de 2001, o governo gastou US$ 5 milhões em aluguel de aviões para algumas das viagens internacionais do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Dados do Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária (Sigeo) de São Paulo mostram que o governo gastou R$130 milhões com passagens aéreas e aluguel de veículos e aeronaves entre 2001 e 2005, quando Alckmin era governador. O valor seria suficiente para comprar um Airbus igual ao Aerolula. Segundo o Sigeo, despesas com locação de veículos e aeronaves variaram 623,17%, passando de R$ 5,39 milhões em 2001 para R$ 39,04 milhões em 2005.
Com passagens houve aumento de 118,5% nos gastos, passando de R$ 4,9 milhões para R$ 10,71 milhões. A Casa Civil do governo de São Paulo afirmou que os valores estão inflados por concentrarem recursos utilizados por outras secretarias. Segundo a Casa Civil, Alckmin e sua comitiva teriam gasto no R$ 466.368,52 em viagens.
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