| 13/10/2006 20h23min
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, negou nesta sexta-feira que a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja praticando terrorismo eleitoral ou a chamada "tática do medo" ao dizer que o tucano Geraldo Alckmin vai retomar o processo de privatizações e mexer nos programas sociais. Tarso disse que o presidente Lula está apenas fazendo um debate "programático, sadio e importante para o país".
Questionado se o PT não estaria usando a mesma tática da qual Lula foi vítima em 2002, quando o PSDB afirmava que havia o risco-Lula, Tarso disse que a situação é diferente, e que realmente existe o risco-Alckmin de retomar as privatizações.
– Não acho que se trate de provocação, de medo, trata-se na verdade de formulações que fazem a diferença programática. Eles propuseram o debate ético, nós aceitamos, respondemos e eles estão acuados. Agora, colocamos questões programáticas e eles dizem que é terrorismo? O que significa terrorismo? Significa dizer o que se quer fazer sobre o futuro? Os tucanos fizeram um processo de privatizações galopante no país. É justo ou não que se esclareça quem tem uma postura privatizante em relação ao futuro? – questionou Tarso.
Tarso acrescentou que o importante é discutir se há risco ou não de as políticas do atual governo serem modificadas num eventual governo de Alckmin.
– Naquela situação (de 2002) se dizia que, se o presidente Lula ganhasse as eleições, a situação financeira do Brasil ficaria caótica. Eles disseram isso sistematicamente e foram desmentidos pela vida, pela gestão competente que o presidente Lula fez em relação à economia. Hoje o que estamos discutindo é o seguinte: existe risco ou não de os programas sociais serem subvertidos por um eventual governo tucano-pefelista ou existe risco ou não de serem retomados os processos de privatizações – disse Tarso, respondendo a pergunta se existia esse risco:
– Na minha opinião, existe sim – completou.
Na mesma linha, o candidato ao governo de Pernambuco pelo PSB, Eduardo Campos, que esteve no Palácio do Planalto, disse que não basta Geraldo Alckmin negar esse risco, argumentando que seus aliados sempre defenderam as privatizações.
– É um debate saudável e não se trata de terrorismo. Isso não está se tirando do nada. Não é simplesmente a palavra do candidato, é o histórico para trás dos aliados do governador Alckmin. Não se pode viver uma disputa presidencial no país discutindo só o dossiê – disse Campos, referindo-se à tentativa de compra pelo PT de um dossiê contra tucanos.
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