| 13/10/2006 15h07min
No programa eleitoral na TV que foi ao ar na tarde desta sexta-feira, o candidato do PT à reeleição, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que há um "aproveitamento do grave erro cometido por petistas" na tentativa de compra do dossiê. Lula acusou a oposição de fazer uma campanha de ódio para dividir o país, e admitiu que foi um equívoco não ter ido aos debates no primeiro turno.
– Não tenho medo de enfrentar este debate, é melhor fazer isto do que varrer o lixo para debaixo do tapete. Todos vocês sabem o aproveitamento que eles estão fazendo do grave erro cometido por alguns petistas que tentaram comprar um dossiê – disse Lula, que afirmou que vai em todos os debates no segundo turno.
Lula voltou a acusar o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de acobertar escândalos durante seu mandato e disse que não tem medo de enfrentar o debate sobre ética, proposto pelos tucanos.
– Enquanto eles acobertaram escândalos e barraram CPIs, nós estamos combatendo a corrupção em todas as frentes, mesmo que, para isto, a gente tenha que cortar na própria carne e deixar nosso governo exposto, muitas vezes, a críticas oportunistas – afirmou.
Seguindo a estratégia de campanha para o segundo turno, o programa petista traçou um comparativo entre os oitos anos do governo de FH e os quatro anos do governo Lula e citou alguns Estados que teriam dito "sim" ao petista no primeiro turno das eleições. Entre Estados onde Lula teve votação superior à de Alckmin, aparecem São Paulo e Rio Grande do Sul, onde os petistas sofreram duas das mais inesperadas derrotas no primeiro turno das eleições.
O candidato tucano Geraldo Alckmin, que disse que vai continuar com o estilo Mike Tyson nos debates, baixou a guarda e evitou ataques diretos na tarde desta sexta-feira, utilizando seu programa para apresentar propostas para a área da saúde. O programa tucano mostrou pequenos depoimentos de migrantes que moram em São Paulo, exaltando a gestão tucana no Estado. Embora mais contido, Alckmin aproveitou o programa para alfinetar o adversário petista.
– Lula disse outro dia que a saúde está quase perfeita. Eu quero perguntar a você que procura um especialista se concorda com isto? É claro que não. Saúde não é discurso, é trabalho.
O ataque ao governo Lula se limitou aos comentários feitos por Alckmin sobre alguns programas da área da saúde que ele pretendia retomar, e no final do programa. No encerramento, a primeira menção ao suposto dossiê contra tucanos, que tem sido um dos principais temas explorados pela oposição. O programa terminava com a frase "Onde está o dinheiro?" e a foto liberada pela Polícia Federal do dinheiro supostamente usado para a compra do dossiê.
Apesar das divergências políticas, os dois candidatos utilizaram no programa estratégias parecidas ao utilizarem depoimentos de apoio de governadores eleitos no primeiro turno e músicas com rítmos nordestinos no encerramento. No programa tucano, o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o senador eleito em Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), pediram votos para Alckmin. No programa de Lula, sete governadores eleitos, entre eles Jacques Wagner (BA), pediram votos ao candidato. Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Campos (PSB), candidato ao segundo turno no Rio de Janeiro e Pernambuco, respectivamente, também pedem votos ao petista. Em relação aos rítmos que encerraram os programas, Lula foi de forró, enquanto Alckmin de xote.
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