| 13/10/2006 23h52min
Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto em que ouviu declarações de apoio de convidados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a gestão do Banco do Brasil (BB) no governo anterior. Lula disse que nas gestões passadas a empresa não estava acostumada a emprestar dinheiro para os pobres. Na cerimônia, Lula assinou decretos de desapropriação de terras no complexo da Usina Catende, em Pernambuco.
– Não esqueço nunca que em outubro de 2003 nós descobrimos que muita gente no Banco do Brasil tinha perdido o hábito de emprestar dinheiro para o pequeno, e não era maldade do gerente. Era que a cultura política estabelecida no país era de não ter prioridade para os pequenos. A prioridade era apenas para aqueles que habitualmente costumavam contrair empréstimo, depois não pagavam e corriam, sobretudo em época eleitoral, para o governo, fazer um novo plano de financiamento por 20, 15 ou 30 anos. Essa história perdurou 30, 40 anos no Brasil – disse Lula.
Ao citar o caso da Usina Catende, que teve sua falência decretada em 1993 e mais tarde passou a ser administrada pelos trabalhadores, Lula lembrou que a empresa conseguiu contrair um empréstimo no BB oito vezes superior ao seu valor patrimonial, que era de R$ 60 milhões.
– A coisa que mais me assustou foi a megalomania de pessoas que conseguem pegar dinheiro com facilidade dos bancos públicos, coisa que o povo trabalhador não pegava naquela época, e aplicar em coisas que não eram prioritárias para a própria usina – disse Lula.
A cerimônia ganhou contornos de campanha eleitoral devido à presença do candidato do PSB ao governo de Pernambuco e aliado de Lula, Eduardo Campos. Nos discursos dos beneficiados pelas medidas, houve elogios ao governo e apoios a mais um mandato de Lula.
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