O rápido crescimento da população fará com que em 30 anos uma em cada cinco pessoas no planeta não tenha acesso à energia elétrica, se forem mantidas as atuais políticas de investimentos no setor. Essa foi a mensagem da Agência Internacional de Energia (AIE) para os participantes da Cúpula da Terra, a Rio+10, em Johanesburgo, nesta quarta-feira, 28 de agosto. A AIE sugeriu o uso de todas as fontes possíveis – inclusive o carvão, considerado muito poluente – para suprir a demanda crescente.

O diretor-executivo da entidade, Robert Priddle, disse que atualmente 1,6 bilhão de pessoas (27% da população) não têm acesso à energia, e estariam excluídas da modernidade.

Nos próximos 30 anos, a luz elétrica deve chegar pela primeira vez a 75 milhões de pessoas por ano, ritmo que só será suficiente para reduzir a 1,4 bilhão o número de pessoas sem acesso à eletricidade. A população mundial, atualmente de 6 bilhões de pessoas, deve saltar para 8 bilhões em 2030.

A AIE foi criada após as crises do petróleo da década de 1970 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 26 países ricos. Originalmente, sua missão era apenas traçar estratégias para o petróleo, mas hoje a entidade lida com problemas energéticos em geral.

A agência não quis assumir uma posição sobre as propostas de criar metas para o uso de energia renovável, um dos assuntos mais polêmicos da cúpula. A União Européia defende que 15% da energia usada em 2010 seja limpa. Os Estados Unidos não querem meta nenhuma. Mas os ambientalistas criticam a meta européia por não definir renovável, um conceito que poderia incluir, por exemplo, o uso de lenha e de grandes hidrelétricas, cuja construção prejudica os ecossistemas. Levando em conta essas fontes, dizem os ambientalistas, o mundo já consome 14% de energia renovável. Sem as hidrelétricas e a lenha, o número cai a 2%.

As informações são da Agência Reuters.