| 10/11/2006 20h40min
O governo venezuelano pediu nesta sexta a Manuel Rosales, o principal candidato presidencial da oposição, que se comprometa publicamente a aceitar os resultados das eleições de 3 de dezembro.
– Pedimos que Rosales desse uma declaração formal de que aceitaria os resultados. Estranhamos o silêncio que vem guardando até agora – disse à imprensa o vice-presidente José Vicente Rangel.
Chávez afirmou que, caso perca, não só entregará a presidência, mas parabenizará o opositor pela vitória. Segundo Rangel, o compromisso de Rosales em aceitar os resultados seria uma demonstração de civismo, e ajudaria a recompor a oposição e a civilizar a política do país.
– Também mostraria que abandonou os atalhos, e decidiu apagar de seu passado as manchas do golpe e de sua retirada das eleições parlamentares de 4 de dezembro – acrescentou Rangel.
Rosales apoiou, em abril de 2002, o golpe de Estado liderado pelo empresário Pedro
Carmona, e também a greve de 63 dias que teve início em
dezembro de 2002, e que levou o país à beira de um colapso. Ele também se retirou das eleições legislativas de dezembro de 2005, após ter se comprometido, perante representantes da Organização dos Estados Americanos e da União Européia, a não fazê-lo.
Rangel afirmou nesta sexta que o governo garantirá a normalidade do processo eleitoral e a segurança dos cidadãos, apesar da existência de "planos desestabilizadores".
– Fomos informados sobre alguns planos desestabilizadores em andamento, diante da inevitável vitória de Chávez. Garantimos que todos poderão votar com normalidade e que, seja qual for o resultado, o governo acatará a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) – afirmou o vice-presidente.
Os planos aos quais se refere Rangel foram divulgados em 6 de novembro pelo jornalista e editor Rafael Poleo, por meio de um canal privado de televisão. A tática para tirar Chávez da presidência consiste em ir às urnas em 3 de
dezembro, e ocupar as ruas no dia
seguinte, sob a alegação de fraude.
Segundo o jornalista, o dia 4 de dezembro será "mais importante" que o da votação, pois será quando Rosales tomará a frente da oposição e demonstrará que sabe liderar. O plano seria concluído em 5 de dezembro, quando os militares deverão decidir se apóiam os manifestantes, ou se reconhecem os resultados do pleito e se mantêm leais à Constituição.
Tanto Chávez como os ministros da defesa, general-em-chefe Raúl Baduel, e do Interior, Jesse Chacón, afirmaram que respeitarão o "estado de direito", e que não permitirão ações desestabilizadoras.
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