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Malan e Armínio tentam tranqüilizar investidores

Equipe econômica quer ampliar as linhas de crédito para empresas brasileiras

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, chegaram neste domingo, 8 de setembro, à Europa, na busca do fortalecimento da confiança de investidores e de autoridades financeiras na economia brasileira.

Malan já participou de um jantar informal com investidores na embaixada brasileira em Madri. Armínio desembarcou sábado em Basiléia, na Suíça, onde comparece nesta segunda-feira, 9 de setembro, ao encontro de presidentes de bancos centrais promovido pelo Banco Internacional de Compensações (BIS).

A equipe econômica quer ampliar as linhas de crédito para as empresas brasileiras, mostrando que a economia do país não enfrenta problemas insolúveis. Uma terceira missão brasileira está sendo conduzida pelo secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, que visita Inglaterra e Japão. Com Armínio, está o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia.

Uma primeira rodada de reuniões já ocorreu no final de agosto em Nova York. Armínio já teve, neste domingo, encontros com altos executivos de bancos europeus e asiáticos, além de diretores de bancos centrais, mas não quis comentar os resultados. Ele está aproveitando os encontros para falar sobre a situação da economia brasileira e para explicar o acordo do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o presidente do BC, a principal preocupação dos interlocutores foi sobre como a eleição presidencial tem influenciado e como ainda pode afetar a economia do país.

Malan disse que espera obter o mesmo efeito da reunião de Nova York, em que vários bancos estrangeiros garantiram a manutenção das atuais linhas de crédito para as empresas brasileiras e manifestaram confiança no gerenciamento econômico do país. Os banqueiros e empresários espanhóis estão particularmente preocupados com a economia brasileira. Durante a década de 90, a Espanha foi responsável pela metade dos cerca de US$ 140 bilhões em investimentos diretos europeus na América Latina. Pelo menos US$ 40 bilhões foram destinados ao Brasil.

Preocupados com as grandes perdas na Argentina, os espanhóis vêm monitorando atentamente o desenrolar da crise brasileira. Os resultados dos bancos e empresas com exposição no mercado brasileiro já foram afetados nos últimos meses. Embora sejam esperadas manifestações públicas recheadas de palavras tranqüilizadoras e de confiança, nos bastidores, os espanhóis – e outros investidores europeus com negócios no Brasil – vão continuar apreensivos.

 
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