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 | 10/09/2002 22h51min

Malan volta ao Brasil com manifestações de apoio

Nesta quarta, ministro tem encontro com investidores franceses

A bagagem do ministro da Fazenda, Pedro Malan, voltará ao Brasil cheia de declarações de apoio à economia brasileira e de disposição de manter as linhas de crédito para o país. Nesta terça-feira, 10 de setembro, foi a vez do presidente do Banco da Inglaterra, sir Eddie George, reforçar a credibilidade da equipe econômica. O ministro disse "estar claro que existe uma enorme onfiança no futuro do Brasil e na capacidade do país de lidar com as turbulências do presente".

No encontro com representantes dos bancos HSBC, Lloyds TSB e Standard Chatered, segundo Malan, houve a confirmação do compromisso obtido em Nova York, de manter as atuais linhas de crédito. Num almoço com diretores de 10 empresas britânicas, Malan disse ter confirmado "que os investimentos no país são de longo prazo e não serão afetados pelas dificuldades de momento".

A palestra de Malan na sede do Banco da Inglaterra atraiu cerca de cem espectadores. O ministro fez uma detalhada avaliação da situação financeira do país, do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e da sucessão presidencial. Um dos analistas afirmou que há preocupação sobre a capacidade de o Brasil sobreviver a uma crise mundial. Perguntou ao ministro se, dada a desconfiança do mercado, não seria apropriado negociar uma reestruturação da dívida.

– A resposta é não, com N maiúsculo – disse Malan.

Nesta quarta, em Paris, representantes dos bancos franceses esperam ouvir de explicações sobre a insuficiência do anúncio do acordo com o FMI na estabilização da cotação do real. Malan começa a última etapa da viagem tomando café da manhã com o colega francês da Economia, Francis Mer. Também se encontra com o presidente do Banco da França, Jean Claude Trichet, já designado como futuro presidente do Banco Central Europeu (BCE).

Em Frankfurt, na Alemanha, grandes multinacionais alemãs com investimentos no Brasil cobraram do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, maior crescimento da economia. Armínio almoçou com representantes de sete grandes conglomerados alemães e um suíço, de setores distintos.

Segundo o presidente do BC, não há motivo de ordem estrutural para o país não voltar a ter crescimento elevado, como em 2000, quando o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 4,36%. Em 2001, o PIB só subiu 1,51%. Para este ano, a perspectiva está em torno 1,5%. Desde que Armínio chegou à Europa, no sábado passado, foi a primeira vez em que se encontrou com representantes do lado real da economia – a indústria. Apesar da insatisfação, os executivos disseram ter confiança no Brasil, segundo Armínio.

 
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