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Brasileiro assume cargo na ONU e promete evitar guerra global

Sérgio Vieira de Mello tomou posse no alto comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas

Com a promessa de evitar que a guerra global ao terrorismo se sobreponha às liberdades fundamentais, o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello assumiu nesta quinta-feira, 12 de agosto, o cargo de alto comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

– Após o que aconteceu há um ano nos Estados Unidos, posso compreender que medidas duras devem ser tomadas – afirmou ele aos jornalistas logo após substituir oficialmente a irlandesa Mary Robinson no cargo.

– Mas farei de tudo para que os governos estejam cientes dos direitos fundamentais das pessoas.

Mello assume um mandato de quatro anos em um momento delicado, com crescentes suspeitas de abusos em todo o mundo relacionados à "guerra ao terrorismo'' desencadeada pelos Estados Unidos após 11 de setembro de 2001.

O chefe imediato de Mello, o secretário-geral Kofi Annan, buscou um alto comissário com estilo mais "suave" do que o de Robinson, que arrumou desavenças em Pequim, Moscou e Washington.

Os Estados Unidos, por exemplo, foram criticados por ela por causa dos bombardeios contra o Afeganistão e do tratamento imposto aos prisioneiros do Talibã e da Al-Qaeda na base de Guantánamo. Na Rússia há a questão da Chechênia, e na China, a do Tibete.

A nomeação de Sérgio Vieira de Mello, 54, em julho, agradou tanto a diplomatas quanto a ativistas. O brasileiro trabalha na ONU desde 1969. Sua última missão foi comandar o governo provisório que preparou a independência de Timor Leste, concretizada neste ano. Antes, foi chefe da missão da ONU em Kosovo.

Sempre cauteloso, ele descreve seu novo trabalho como "um campo político minado" e pediu tempo para estudar algumas questões.

– Vai levar algum tempo, mas provavelmente manterei as posturas que Mary Robinson seguia, com ênfase na negociação e na persuasão – afirmou.

Vieira prometeu que suas prioridades serão "a proteção das populações civis em conflito, o combate ao racismo, os direitos da mulher, além de todos os pontos geográficos complicados que já são bem conhecidos". Ele também prometeu discutir com a Organização Mundial do Comércio maneiras de proteger as pessoas das injustiças provocadas pelo comércio internacional.

 
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