| 12/12/2006 21h05min
Praticamente pelos mesmos motivos apontados por Fernando Meligeni para deixar o cargo de capitão da equipe brasileira da Copa Davis, Larri Passos rechaçou a possibilidade de assumir o posto a partir do ano que vem. Segundo o treinador de Gustavo Kuerten, a falta de uma estrutura melhor na Confederação Brasileira de Tênis (CBT) faz com que ele não assuma tal responsabilidade.
– Com ou sem CBT, o tênis brasileiro tem que continuar trabalhando. Sempre foi assim, e não penso que nos próximos 20 anos vá mudar. Todos sabiam que a CBT tinha dívidas. Todos sabem que, para se fazer tênis no Brasil, depende-se mais do coração do que da razão. Razão seria o dinheiro, o coração seria o ideal. E já faz tempo que o idealismo acabou para certas pessoas – disse Larri, em entrevista ao site Tênis Brasil.
Justamente por isso, Larri concordou com a postura de Meligeni, que admitiu ter ficado frustrado com a falta de planejamento da CBT para os próximos anos. Ele justificou, em entrevista à Gazeta Press, que gostaria de viajar mais e que tinha esperança de realizar trabalho mais extenso, não somente de convocar e ajudar os tenistas na época dos confrontos.
– Quando uma pessoa não está satisfeita no seu ambiente de trabalho, é normal que saia. Deve pedir demissão, nada demais. O capitão é um cargo de confiança do presidente da confederação, em comum acordo com os jogadores. Quando fui consultado pelos tenistas na época, não assumi porque a atual estrutura não me dava condições de poder desenvolver meus projetos – disse Larri.
Além de não ter as condições ideais, o treinador do tricampeão de Roland Garros citou o fato de ter outros projetos no momento, como a meta de recolocar Guga em condições de estar no circuito e também de cuidar da austríaca Tamira Paszek, a quem vem treinando. Ele deve ainda cuidar de outros assuntos na Federação Austríaca para os confrontos na Federation Cup.
– No dia 9 de abril, devo estar lá na Áustria para ver o duelo contra a Austrália, no dia 16. O local já foi aprovado por mim (será um saibro lento) e irei para bater bola e sentir a quadra. O hotel já está até reservado. Estou interagindo com a equipe austríaca. A Davis atualmente deixou de ser meu objetivo. Hoje procuro manter meu foco em coisas concretas e não abstratas – alfinetou o técnico.
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