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Ciro critica propostas de geração de empregos de Lula e Serra

Candidato evitou falar sobre queda nas pesquisas eleitorais

O candidato à Presidência da República pela Frente Trabalhista, Ciro Gomes, voltou a atacar as propostas de geração de empregos dos seus principais adversários, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB). Segundo o candidato do PPS, as promessas de criar milhões de oportunidades de trabalhos são um insulto à dignidade do povo brasileiro.

– Um candidato como Lula que promete criar 10 milhões de empregos eu até posso descontar um pouco pelas inexperiências graves dele, que propõe como primeira experiência administrativa administrar um país como o Brasil – disse ele em uma entrevista à imprensa na inauguração do Comitê Negro Nacional Suprapartidário Pró-Ciro, na região central de São Paulo, nesta sexta-feira, 13 de setembro.

– Mas o ministro Serra, que foi ministro do Planejamento, que esteve entranhado nas mal cheirosas privatizações brasileiras, está comprometido até à medula com o nível de entrega da economia brasileira a interesses especulativos estrangeirosm – afirmou.

Ciro não poupou críticas ao tucano, que, segundo as últimas pesquisas eleitorais, o ultrapassou e já está em segundo lugar.

– (Ele), que prometeu 8 milhões de empregos, para mim é um insulto à dignidade das pessoas, que estão humilhadas, batendo de porta em porta atrás de emprego, voltando para casa com nó na garganta de decepção e ainda ter que ligar a televisão e ouvir um político inescrupuloso fazer uma promessa fácil desse tipo.

O debate pela geração de empregos tem sido o principal ponto enfocado por Lula e Serra nos últimos dias. Os dois candidatos, que praticamente polarizaram a disputa na última semana, têm dado recorrentes declarações sobre o número de empregos que pretendem criar caso sejam eleitos.

Durante a cerimônia, o presidenciável se recusou a responder qualquer pergunta dos jornalistas que não se relacionasse com a questão negra, dizendo que estava fazendo isso em questão de "respeito" ao comitê. Com as bruscas quedas nas intenções de voto, a assessoria de Ciro o orientou a evitar responder perguntas de jornalistas fora de temas pré-estabelecidos. O objetivo é evitar respostas equivocadas, como a que deu em resposta a pergunta sobre o papel de sua mulher, Patrícia Pillar, na campanha. Na ocasião, Ciro disse que o papel da mulher era dormir com ele.

O presidenciável disse que é preciso retomar uma estratégia de desenvolvimento do país, que não basta fazer crescer a economia, mas ter novas instituições que aperfeiçoem a questão da distribuição de renda. Tais declarações surgiram a partir de um questionamento sobre o desemprego entre a comunidade negra.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

 
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